Os reajustes concedidos pelo governador José Serra, no início de julho, aos policiais civis, militares e técnico-científicos, que variam de 3,84% a 23,43%, têm causado manifestações contrárias pelos integrantes das referidas categorias. Alguns representantes de associações de policiais militares procuraram o deputado Fernando Capez (PSDB) para contestar tais reajustes e solicitar apoio do parlamentar na luta por melhores salários. Capez, que desde a sua campanha contou com grande apoio dos policiais militares, entregou, no último dia 11/7, ofício ao secretário chefe da Casa Civil do Governo do Estado de São Paulo, Aloysio Nunes Ferreira Filho, solicitando providência referente aos salários dos policiais militares, os quais arriscam suas vidas para defender a sociedade dos criminosos.O parlamentar argumentou que o aumento anunciado pelo Governo do Estado " juntamente com propostas que ainda prevêem o pagamento de licença-prêmio em dinheiro, gratificação para delegados, cobertura integral do salário do policial afastado por ter sido ferido no exercício de sua atividade, incorporação da GAP (Gratificação de Atividade Policial) a partir de janeiro de 2008 para ativos e inativos e ampliação dos benefícios para compra de casa própria " , não agradou a classe.O policial militar paulista recebe R$ 1.240; com o aumento, esse valor passará para R$ 1.432. Capez explicou no ofício que a diferenciação de índices entre as categorias tem causado um certo desconforto. Citou que os subtenentes e sargentos perceberão a quantia de R$ 139,83 e que os soldados passarão a receber R$ 89,83 a mais nos seus salários, o que, segundo a classe, não é justo. É importante destacar que hoje, na cidade de São Paulo, os soldados, cabos, sargentos e subtenentes representam 95% de todo o efetivo da Polícia Militar, ou seja, mais de 88.000 homens e mulheres, e muitos deles passam por dificuldades econômicas. Constata-se que alguns moram em favelas, outros em cortiços, o que torna o dia-a-dia desses policiais ainda mais perigoso. Pesquisas realizadas demonstram que cerca de 25 policiais praticam o suicídio, por ano, e a causa desse lamentável fato é a dificuldade financeira.fcapez@al.sp.gov.br