Palestras destacam importância da Educação Física na formação do cidadão


27/08/2008 17:04

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Go Tani <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/08-2008/SEMINA EDUCA FISICA go tani ROB.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Bia Pardi e Sonia Penin <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/08-2008/SEMINA EDUCA FISICA bia pardi e sonia penin ROB.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Gladson de Oliveira <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/08-2008/SEMINA EDUCA FISICA  gladson de oliveira ROB.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Promovido pela Comissão de Educação da Assembléia Legislativa, o seminário intitulado "As conquistas da Educação Física" abordou os avanços científicos em Educação Física na palestra inicial desta quarta-feira, 27/8. O professor Go Tani, diretor da Faculdade de Educação Física e Esporte da USP, explanou sobre o processo evolutivo dessa ciência e da dificuldade de se conceituá-la.

Segundo o diretor, Educação Física tem sido vista como disciplina curricular do ensino fundamental, profissão, curso de formação profissional e área do conhecimento. Ele procurou distinguir as profissões academicamente orientadas das tecnicamente orientadas. As primeiras, explanou, são as que requerem uma formação de nível superior de quem as exerce, já as últimas, não tem tal exigência.

Educação Física exige um corpo de conhecimento que vão dar base às propostas, programas e procedimentos de intervenção profissional, explicou Tani. Esse conhecimento é o que distancia o professor dos treineiros, ex-atletas e animadores, por exemplo.

Essa legitimidade profissional, entretanto, implica numa legitimidade de conhecimentos, que se dá com investimentos em pesquisa. Aliás, a falta de investigação científica levou uma comissão de estudos dos Estados Unidos, na década de 60, a questionar se haveria justificativa para se considerar Educação Física como nível superior.

Esse estudo provocou várias reações corporativistas, mas uma conseqüência direta foi o fomento à pesquisa e publicação de vários artigos científicos. "Formar profissionais e produzir conhecimentos passaram a serem pressupostos da Educação Física", esclareceu o diretor.

No Brasil, as pesquisas nessa área começaram com certo atraso, mas hoje já se tem 21 cursos de pós-graduação em sentido estrito, com mais de 500 doutores ou mestres em Educação Física. Embora Tani classifique como incipiente a pesquisa no país, nos últimos cinco anos, mais de 35 docentes publicaram cerca de 100 artigos em periódicos internacionais.

Na segunda palestra matutina, Sônia Penin, diretora da Faculdade de Educação da USP, ao explanar sobre o profissional de Educação Física no contexto da educação nacional, lembrou que este também sofre com a falta de reconhecimento da importância do professor no Brasil.

A formação dos jovens e crianças deve ser a principal preocupação do professor. "Um questionamento que o mestre sempre deve fazer é se o seu trabalho busca formar o aluno como um cidadão com qualidade desejável. Educação Física possui uma peculiaridade que pode influenciar o aluno em outras disciplinas", disse Sônia.

Pode acontecer de um aluno não ir bem nas disciplinas acadêmicas, mas se sobressair na prática de educação física, o que pode lhe dar auto-estima suficiente até para superar as dificuldades em outras disciplinas. Citando experiências internacionais, Penin afirmou que em países como Chile e Coréia do Sul, "educação é questão de brio nacional" e disse estar ansiosa para que isso se torne realidade no Brasil.

A educação em tempo integral foi outra questão defendida pela oradora. O tempo de exposição no processo de aprendizado é essencial, afirmou. "Mesmo em países que enfrentaram crises econômicas sérias, como a Espanha, a educação integral sempre foi mantida." A pesquisa também foi destacada pela professora. "Uma pesquisa sempre começa com uma pergunta", ensinou. Referindo-se à palestra do professor Tani, ela afirmou que é imprescindível ao pesquisador "transitar" em outras áreas de conhecimento, mas que deve tomar cuidado para não perder o foco. "É a natureza transdisciplinar da pedagogia", concluiu.



Cultura e inclusão



Na parte da tarde, dando seqüência ao seminário, o professor Gladson de Oliveira, do Centro de Práticas Esportivas da USP - Capoeira, descontraiu a pláteia ao fazê-la interagir, com cantos e rápidos exercícios em grupo, enquanto conceituava o tema Cultura e Educação Física: a contribuição da Educação Física.

Oliveira, que ministra aulas de capoeira em centro esportivo no Capão Redondo, bairro da periferia da Capital paulista, disse que em qualquer lugar do mundo é possível encontrar a base que fez surgir, no Brasil, essa luta: a reação de um povo oprimido à dominação do mais forte. A partir disso, afirmou ainda o professor, é também possível levar a qualquer povo do planeta a cultura que a originou.

Segundo ele, ninguém é tão pobre que não possa dar algo de si, em colaboração para a melhoria da qualidade de vida universal, e ninguém é tão rico que não necessite receber algo. Desta forma, a capoeira aliada à educação física muito pode contribuir para a difusão da cultura afro-brasileira. Oliveira afirmou que considera a capoeira um instrumento psicomotor da cidadania, título de um de seus livros sobre o assunto.

Ao professor da Universidade Cidade de São Paulo, Roberto Gimenez, coube discorrer sobre o tema "Inclusão ou exclusão: as responsabilidades da Educação Física".

alesp