O lançamento da Frente Parlamentar em Defesa da Citricultura, realizado na manhã desta quarta-feira, 24/10, na Assembléia Legislativa, reuniu parlamentares e executivos de vários municípios paulistas. O coordenador da Frente, deputado Davi Zaia (PPS), acredita que essa unificação de esforços vai ajudar o setor a enfrentar melhor os problemas que a citricultura tem enfrentado.Além do combate ao greening " doença provocada por bactéria e que tem afetado os laranjais com a deformação dos frutos e provocado sua queda, o deputado entende que a distribuição dos lucros deve ser realizada de forma mais eqüitativa. Durante o evento, os produtores reclamaram que o preço da laranja está defasado, mas o preço final do suco é satisfatório para a indústria. Zaia entende que a frente pode ajudar nessa negociação, bem como cobrar maior fomento à pesquisa no combate à praga.A cobrança de impostos sobre os produtores de laranja foi apontada pelo deputado Roberto Massafera (PSDB) como "outra praga" para o setor. Ele disse que, até 1982, não se cobravam impostos dos agricultores, mas a partir daí, eles foram onerados com impostos, taxas e contribuição social. Massafera reclama principalmente desta última, uma vez que os recursos da contribuição, cobrada pela União, não retorna em benefício para os municípios.O líder de governo no Parlamento, deputado Barros Munhoz (PSDB), declarou que sabe das dificuldades que o setor tem enfrentado. "O legislador de São Paulo quer que a citricultura seja boa não só para alguns segmentos, mas para todos", disse o líder.Presidente da Comissão de Agricultura da Assembléia, o deputado Aloísio Vieira (PDT) colocou aquela Comissão à disposição dos citricultores e dos que industrializam o produto. Aldo Demarchi (DEM), também membro da Comissão de Agricultura, disse que tem acompanhado a luta dos produtores, que "geram muitos empregos na zona rural e no setor de transportes", ressaltou.Antônio Junqueira, representando o secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado, frisou a importância do setor na economia brasileira. Segundo Junqueira, a citricultura paulista emprega mais de 400 mil trabalhadores, é responsável por 80% da produção nacional e responde por 95% da exportação de laranjas do Brasil. "A cada dez garrafas de suco vendidas no mundo, cinco são de produto brasileiro", estimou Junqueira. O representante da Associação Brasileira de Citricultores, Flávio Pinto Viegas, alertou sobre a diminuição da renda dos citricultores afeta a capacidade deles resolverem os problemas que têm de enfrentar. Ele pediu "ênfase e presteza" aos parlamentares na questão do preço da laranja.Antonio Crestano, que trabalha com exportação de laranja, disse que o baixo valor do dólar aliado a um crescimento de quase 40% nos custos da produção têm tornado a situação "insustentável". Já Ademerval Garcia, da Associação Brasileira de Citrus, louvou a união entre os parlamentares e Secretaria da Agricultura. Segundo Garcia, na Flórida, importante pólo produtor de laranja, os parlamentares atuam de forma efetiva na proteção dos citricultores.Os deputados João Caramez (DEM) e Cido Sério (PT), ambos signatários da frente, estiveram no lançamento e manifestaram apoio aos produtores. Caramez sinalizou que pode haver pedido de emendas ao orçamento para o combate ao greening. Ele lembrou também que em recente audiência pública da Comissão de Agricultura e Abastecimento, propôs a adoção de medidas para que os citricultores possam se utilizar dos créditos de ICMS para financiar a erradicação de plantações infectadas.