Localizada no centro de uma ferradura formada pelas serras do Mar, da Bocaina e do Quebra-Cangalha, a cidade de Cunha, estância climática desde 1948, tem altura média de 1.100 metros e é uma ótima opção de turismo de inverno, oferecendo diversas opções de ecoturismo, paisagens, construções históricas e ainda diversos ateliês de cerâmicas de alta temperatura. A cidade originou-se por volta de 1695, por ser rota de abastecimento para os tropeiros que levavam ouro e pedras preciosas de Minas Gerais até Parati, pela chamada Trilha do Ouro que, hoje em dia, é possível percorrer a pé, de bicicleta ou a cavalo. Em 1932, a cidade foi palco de batalha de Revolução Constitucionalista, que durou três meses de transformou em herói o lavrador Paulo Virgínio, que foi morto por não revelar às tropas legalistas a posição dos combatentes paulistas. Uma das atrações da Cunha histórica é a igreja matriz, dedicada à Imaculada Conceição, erguida em 1731 com a técnica de taipa de pilão e no estilo barroco, como a Igreja do Rosário (1793). A tradição colonial de Cunha é demonstrada também na preservação de festividades católicas e rurais tradicionais, a exemplo da Festa do Divino (julho), da malhação do Judas na Páscoa, e a festa da padroeira (dezembro). A 31 km da cidade, o pico da Macela, com seus 1.840 metros de altura, oferece visão de 360º do litoral fluminense, onde ficam a Ilha Grande e as cidades de Paraty e Angra dos Reis. Existem outros mirantes, como o do Pinhal, que permite visão do pôr do sol no mar de morros da região, e os da Pedra da Espia e da Toquinha. Cunha abriga o Parque Estadual da Serra do Mar (Núcleo Cunha-Indaiá) que preserva a mata atlântica e possui duas trilhas abertas ao público. Já o Parque Nacional da Bocaina, criado em 1971, possibilita, além da preservação da fauna e da flora, vistas panorâmicas e diversas cachoeiras formadas pelo rio Mambucaba, com destaque para a de Santo Izidro, com 80 m de queda em poço propício para banhos. Há 32 anos foi inaugurado em Cunha o primeiro forno noborigama, de alta temperatura (1.350º), dos cinco atualmente existentes e, somados aos de outras técnicas existentes, transformaram a cidade em pólo da atividade, devido à qualidade da argila da região. Os refinados trabalhos podem ser conhecidos nos diversos ateliês existentes. É um evento a abertura dos fornos noborigama, que são construídos de forma ascendente. Por terem grande capacidade, a queima, que dura de 20 a 30 horas, não é realizada com freqüência, e é sempre uma surpresa o resultado final das peças, que ficam com aspecto final vitrificado. Durante todo o mês de julho, é realizado o festival Acordes da Serra, com apresentações musicais, religiosas e folclóricas. Cunha dista 220 km da capital paulista, pela via Dutra, com saída a partir da cidade de Guaratinguetá.