Museu de Arte - Na pintura de Sergio Grecu realidade e figuração renovada são exaltadas poeticamente


10/11/2009 10:28

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Sérgio Grecu<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/11-2009/Sergio Grecu.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Sergio Grecu alcança a própria liberdade individual conciliando os extremos de sua experiência: sua pintura resulta entrecortada de frações de diferentes espaçamentos entremeados sobre um ou vários planos espaciais e em cujo âmbito fechado uma série de imagens tece um conto contínuo.

A cerebralidade da curiosa paginação desse artista é somente aparente. Em realidade ela revela a exasperação de um discurso conduzido ao limite de uma ruptura entre surrealismo e arte pop. A ruptura advém como conseqüência coerente da individuação de uma precisa interiorização perceptiva.

O elemento evocativo domina o inteiro contexto da estrutura onde a retícula linear pode tocar os limites da pintura, criando um plano ancorado de transparências e de opaca contra luz, ou então uma forma livre e ilimitada, essencialmente móvel em profundidade.

A sobreposição das duas soluções propõe uma terceira possibilidade sugestiva de variação dialógica. No entretempo o pintor opera a qualidade evocadora do tecido pictórico interior ao traçado, detalhando as espessuras matéricas e de origens formais imemoriais, onde se sobressai o gosto pela pesquisa sutil e da construção inicial.

Sergio Grecu medita as suas composições na condição ideal de quem, por mágico afastamento da realidade caótica e espasmodicamente renovada, encontra o equilíbrio de uma alcançada maturidade formal e cromática.

Na obra "Presença de Picasso", doada ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, o pintor encontra a justa lente para deformar as observações do cotidiano e as reelabora em chave fantástica, entretanto a realidade e a figuração não são ofuscadas ou canceladas; são simplesmente exaltadas numa poesia que assume os vários ritmos da melodia.



O Artista



Sergio Grecu nasceu em São Caetano do Sul, Estado de São Paulo, em 1943. Aos 12 anos, começou a trabalhar como auxiliar administrativo na Indústria de Aços Villares, onde seu pai, de origem romena, já havia trabalhado. Passados apenas dois anos, foi designado para trabalhar como desenhista-modelador de fundição, função que lhe exigiu conhecimento de formas, volumes, profundidade, perspectiva e tridimensionalidade das figuras e objetos desenhados. A partir de então iniciou a trilhar os caminhos da arte.

Autodidata por natureza, e tendo iniciado sua carreira como artista plástico, desde 1968 passou a expor seus trabalhos na Praça da República que gozava de seu auge como reduto dos artistas em ascensão. Inspirado em artistas como Jenner Augusto, passou a pintar temas pitorescos e regionais, costumes do povo, o entardecer e o amanhecer, as palafitas, favelas, a capoeira, a Bahia, e a maioria das igrejas de todo o Brasil.

Foi neste período que em companhia de Walmir Teixeira, Emilio Jaime, Deodato, Daniele Crieger, Tuta, Minabu, Germano Vezzani e Lothar Charoux entre outros, cria com eles o "Grupo dos 13", com quem participou de diversas exposições coletivas.

Membro da AIAP - Associação Internacional de Artistas Plásticos, participou de numerosos eventos, encontros, pré-Bienais, exposições e salões de arte, destacando-se entre eles: III e IV Encontro de Artes Plásticas de Atibaia, XIV Salão de Artes Plásticas de São Bernardo do Campo, II e III Salão de Artes Plásticas da Volkswagen do Brasil, onde recebeu Medalha de Ouro, XVII Mostra de Arte da Granja Vianna, Exposição do Centro Britânico-Brasileiro, Galeria Contraste, São Paulo. Participou ainda das exposições anuais da Chapel School, da mostra das obras doadas para o Museu de Scopje, na Iugoslávia, além de exposições nos Estados Unidos e Portugal.

Possui obras em várias coleções no Brasil no exterior, e no Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.

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