Del Santo trabalha em conformidade com o que dita sua sensibilidade. Voltada para a síntese da invenção, para a transformação da realidade visual, sua emoção é sustentada pelo suporte construtivo de um desenho incisivo sobre o qual se insere ductilmente a plasticidade de um delicado cromatismo. "O desenho não é a forma, é o modo de ver a forma", dizia Degas com muita propriedade. Ao sintetizar a figura humana, Alfredo Del Santo aplica justamente o pensamento do grande pintor. Maduro que é no desenho, base sobre o qual constrói, o artista não titubeia ao esboçar os seus trabalhos. Suas obras não colocam o observador frente aos problemas difíceis, mas somente à felicidade de vê-las. As figuras que normalmente aparecem em seus quadros são coerentes com o tema e denotam sua espontaneidade revelando, assim, grande facilidade na arte do desenho. Essencialmente retratista, consegue fixar sobre a tela ou sobre o papel momentos mágicos da expressão humana. Artista expressivo realiza seus vultos em um discurso pictórico fluido e homogêneo, que confere às obras uma fascinante suavidade cromática e formal. Nelas se fundem com equilíbrio razão e fantasia, sentimento e habilidade. O desenho de suas figuras, segundo uma harmônica distribuição dos planos definidos pela linha de contorno que flui rítmica, se afirma de um vivo sentido da observação realista que permite exaltar a representação no seu valor mais íntimo, quase com tom afetivo em direção aos mínimos detalhes do cotidiano. Das obras "Figura I" e "Figura II", doadas ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, emerge uma visão ligeiramente angustiada da vida. Uma vida que aparece e desaparece. O Artista Alfredo Del Santo, pseudônimo artístico de Alfredo Carlos Del Santo Silva, nasceu em Pedeneiras, SP, no ano de 1945. Formou-se em desenho e artes plásticas pela Faculdade de Belas Artes de São Paulo (1966/1970 e 1975/1976) onde obteve licenciatura em educação artística - artes plásticas e na Faculdade Mozarteum de São Paulo (1987) com licenciatura e habilitação em desenho em 1º e 2º grau. Paralelamente as suas atividades artísticas é professor titular na Faculdade Mozarteum de São Paulo, Faculdades Integradas de Guarulhos, Faculdades de Arte Alcântara Machado e Faculdade de Belas Artes de São Paulo. Participou de diversas exposições entre as quais destacam-se: XXVI Salão Oficial na Faculdade de Belas Artes de São Paulo (1968); 15º Salão de Arte de São Bernardo do Campo; Conselho Estadual de Cultura, SP; Galeria Mídia, Santos; Centro Acadêmico de História da USP (1972); Salão de Arte Contemporânea de São Caetano do Sul; Centro Cultural de Bragança Paulista; 2º Salão Bunkyo da Sociedade de Cultura Japonesa (1973). Recebeu os seguintes prêmios: Menção Honrosa no 15º Salão de Arte de São Bernardo do Campo; Prêmio Aquisição do Conselho Estadual de Cultura (1972); Menção Honrosa no 2º Salão Bunkyo (1973). Sob orientação e coordenação de Evandro Carlos Jardim participou da publicação do álbum "Gravura", reunindo o acervo do MASP/Museu de Arte de São Paulo, com gravuras em metal e xilogravuras. Possui obras em diversas coleções particulares e no Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.