Deputados entrevistam Ciro Gomes sobre programa de governo
A candidatura de Roseane Sarney não representa nenhuma novidade no cenário político, pois, vinculada ao PFL, representa as forças tradicionais da política brasileira, diz Ciro
DA REDAÇÃO
O candidato à Presidência da República pelo PPS, Ciro Gomes, participou na manhã desta segunda-feira, 26/11, da gravação do programa " Arena Livre", da TV Assembléia. O ex-ministro e ex-governador do Ceará respondeu a questões formuladas pelos deputados Cícero de Freitas (PTB), Carlinhos de Almeida (PT) e Gilberto Nascimento (PSB), com a mediação do jornalista Florestan Fernandes Jr.
Perguntado sobre o pouco tempo que dispõe na tv para sua propaganda eleitoral, o candidato respondeu que nos seis anos em que tem viajado pelo país constatou que "há vida inteligente fora da tv" e que o contato pessoal com os vários segmentos sociais tem feito com que, aos poucos, as pessoas conheçam suas idéias e possam vencer quaisquer barreiras oriundas de preconceitos e informações distorcidas, como a de que ele é semelhante ao ex-presidente Fernando Collor de Melo.
Institutos de pesquisa
O quadro sucessório e o crescimento da candidatura de Roseane Sarney foram analisados por Ciro, que, dependendo do instituto de pesquisa, aparece em terceiro ou em quinto lugar nas intenções de voto. Para o ex-governador, a isenção dos institutos é relativa, pois apenas o Datafolha não presta serviços a partidos. "O Ibope é contratado do governo federal e da Rede Globo e os outros são contratados por diversos partidos", informou. Respondendo ao jornalista Florestan Fernandes, o candidato afirmou que Roseane, apesar de toda a publicidade, não representa nenhuma novidade no cenário político, pois está vinculada ao PFL e representa as forças tradicionais da política brasileira.
Reforma política, reforma tributária, globalização, dívida interna e externa, ALCA foram alguns dos temas em que Ciro foi sabatinado pelos deputados. Medidas de curto e longo prazos foram apresentadas pelo ex-governador para equacionar a grave crise em que o Brasil está prestes a entrar, se os rumos de nossa economia não forem mudados. Ministro da Fazenda de setembro a dezembro de 1994, início do Plano Real, Ciro afastou-se do governo por considerar que as ações adotadas levariam, necessariamente, à desestruturação de todo o parque industrial do País com extremada dependência externa, inclusive com privatizações em áreas essenciais, como geração de energia.
Na questão das dívidas, Ciro Gomes defendeu o caminho do centro, nem o calote, nem o pagamento dentro das condições que são impostas pelo Fundo Monetário Internacional.
Com dados estatístico que apontam para o colapso de nossa economia, Ciro acredita que só o crescimento poderá dar conta da necessidade de reverter o quadro de desemprego instalado, " só em São Paulo são 1milhão e 600 mil desempregados, que, quando conseguem retornar ao mercado, demoram em média 56 semanas. Com este quadro é impossível falar em redução da violência. Só um crescimento em torno de 6% ao ano será capaz de garantir a volta ao mercado deste contingente e criar oportunidade para os jovens".
ALCA: um equívoco
A Área de Livre Comércio das Américas (ALCA) é outro equívoco apontado por Ciro como o caminho que conduzirá o país a uma crise sem precedentes. "As barreiras são necessárias para proteger os países com diferentes níveis de desenvolvimento, sem estes freios a concorrência seria desleal. A globalização abre campo para que parques industriais com alto desenvolvimento tecnológico e alta capacidade de produção possam competir com médias e pequenas indústrias, como é o caso do Brasil, onde 7 em cada 10 trabalhadores estão empregados em pequenas e médias empresas."
A alta carga tributária, que hoje beira os 53%; os juros de 4% ao mês, enquanto em outros países como Japão são de meio por cento ao ano; a concentração de receita na esfera federal, que hoje fica com 2/3 do bolo; e a falta de controle social sobre a elaboração e execução de políticas públicas foram apontados por Ciro como reforços para sua crença de que este é um momento histórico em que a oposição deve ocupar o mais alto posto político do país. " Se não tivermos um modelo de desenvolvimento próprio que possamos seguir, continuaremos a nos render integralmente aos interesses de grupos econômicos internacionais, e o país irá para o vinagre, como outros países da América Latina. Só que no nosso caso, um vinagre bem mais ácido", afirmou o presidenciável.
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