Políticos e técnicos debatem avanços e limites do IPRS


10/05/2004 20:14

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O Índice Paulista de Responsabilidade Social (IPRS), reconhecido com um avanço pela Organização das Nações Unidas (ONU), foi uma das realizações do Fórum São Paulo Século XXI, ocorrido em 2000 na Assembléia paulista

DA REDAÇÃO

"Os indicadores do IPRS na educação não dão conta das mudanças que estão acontecendo em todo o Estado", afirmou a secretária de Estado de Assistência e Desenvolvimento Social, durante o seminário Índice Paulista de Responsabilidade Social - Aspectos Metodológicos, realizado nesta segunda-feira, 10/5, na Assembléia Legislativa. Segundo ela, é necessário pensar em um indicador de desempenho da qualidade de ensino para cada município. "São Paulo pode começar a trabalhar com a matrícula da educação infantil, porque ela já está universalizada na maioria dos municípios paulistas", disse Maria Helena Guimarães de Castro.

Ao comentar a fala da secretária de Desenvolvimento Social, a ex-secretária de Estado da Educação, Rose Neubauer, falou da necessidade de direcionar os investimentos públicos, buscando um salto qualitativo para os vários municípios. "Os municípios que estão bem no ranking de saúde e educação, por exemplo, fizeram as opções corretas e precisam de um reforço para continuar investindo nesta direção", refletiu, acrescentando que um indicador que trabalhe a qualidade da educação tem que levar em conta o fluxo, "porque metade do Estado ainda não trabalha com a progressão continuada e a repetência ou o abandono, por um ano que seja, faz muita diferença na média do desempenho".

Preconceito de cor

Para a ex-secretária, uma questão a ser levada em conta, em se tratando de IPRS, é a inclusão da criança negra no ensino escolar fundamental, não só no superior.

Segundo Neubauer, "a criança negra já é recebida na escola com preconceito e seu desempenho é o pior de todo o grupo". E advertiu: "Não basta haver política de inclusão, porque essa criança não está incluída de forma alguma. É um desafio para os novos dados do IPRS que se busque um efetivo desempenho das crianças negras".

Avaliação de proficiência

"Os indicadores dos esforços na educação não olham só para o passado, mas são indicadores para o futuro", ponderou o professor da Faculdade de Educação da Unicamp, José Roberto Rus Perez. Para ele, falta no Estado um sistema de avaliação da proficiência da aprendizagem para toda a rede pública, que seria um grande indicador de qualidade. Além dessa lacuna, Perez, acrescentou outros desafios para o IPRS: faltam informações sobre salários dos professores, sobre o uso de novas tecnologias e equipamentos e ainda sobre a questão do tempo que a criança fica na escola. "Precisamos incorporar novas dimensões ao indicador", finalizou.

Municipalização do ensino

Depois de fazer um apanhado sobre a municipalização do ensino fundamental, iniciada em 1995, Ana Maria Mantovani, da Secretaria de Educação, concluiu que houve avanços referentes à educação na maioria dos municípios por área metropolitana. "Em 1995, não havia nenhum indicador para o processo de municipalização, mas foi importante a busca de uma parceria com o município visando à melhoria da qualidade de educação no Estado de São Paulo".

alesp