Aldo Rebelo defende criação de políticas públicas de cultura e critica deformações nas leis de incentivo
28/11/2005 19:11
O presidente da Câmara Federal, deputado Aldo Rebelo (PCdoB), criticou casos de deformação no uso de recursos das leis de incentivo à Cultura, conclamou os movimentos artístico-culturais a atuarem com mais força no Congresso Nacional, especialmente na discussão do orçamento federal, e se comprometeu a servir de interlocutor dos artistas em proposta de regulamentação do Fundo Nacional de Cultura. As declarações foram feitas em audiência sobre Políticas Públicas de Estado para a Cultura no Brasil e em São Paulo, realizada sexta-feira, 25/11, na Assembléia Legislativa de São Paulo.
O Movimento Arte Contra a Barbárie, organizador do encontro, tornou pública uma carta ao presidente Lula cobrando o repasse dos recursos totais do Fundo Nacional de Cultura, a sua utilização exclusivamente via editais democráticos e a criação de programas públicos de cultura estabelecidos em lei. O documento pede ainda a criação do "Prêmio Teatro Brasileiro", projeto de lei entregue a Aldo Rebelo e ao deputado Arlindo Chinaglia (PT), líder do Governo na Câmara Federal, também presente no evento. O projeto prevê recursos de R$ 72 milhões para núcleos artísticos, produção de espetáculos e circulação nacional.
Em discurso para o auditório lotado, Aldo Rebelo chamou os artistas a atuarem com mais vigor no Congresso Nacional para a criação de políticas públicas de cultura verdadeiramente democráticas. "É preciso criar uma bancada da Cultura, com deputados e senadores que compreendam e defendam as lutas dos movimentos culturais, principalmente na discussão do orçamento nacional", declarou.
O presidente da Câmara Federal disse que a cultura não pode ficar atrelada às leis de mercado, reguladas pelo lucro financeiro, e criticou deformações no uso de recursos das leis de incentivo. "Temos que fazer políticas para aqueles que têm cultura e não têm dinheiro, e não para aqueles que têm dinheiro, mas não têm cultura. Os interesses particulares não podem estar acima dos interesses da sociedade. Há casos até em que esposas de banqueiros se tornam escritoras, desde que possam publicar livros amparados na Lei Rouanet."
Arlindo Chinaglia, líder do Governo na Câmara Federal, também apontou deturpações nas leis de incentivo e afirmou que elas acabam dificultando o aporte de mais recursos para políticas públicas de fato. "Sou contra os conceitos das leis de incentivo. A inquietação, a criatividade e os valores artístico-culturais não podem ficar subordinados às grandes empresas, que decidem o que deve e o que não deve ser incentivado. A aberração maior é que fazem isso utilizando dinheiro público, através da renúncia fiscal."
O diretor teatral Luiz Carlos Moreira, integrante do Movimento Arte Contra a Barbárie, deixou claro que a luta dos artistas é pela criação de políticas públicas amparadas no tripé de programas estabelecidos em lei, criação de fundos que operem através de editais democraticamente elaborados e ações de governo. "Estamos aqui para discutir uma política cultural de Estado. A cultura e a humanidade não podem ser vistas exclusivamente como mercadoria."
Por fim, o deputado estadual Vicente Cândido (PT) lembrou da batalha pela aprovação da Lei de Fomento ao Teatro na Câmara Municipal de São Paulo. Disse que a discussão sobre cultura na Assembléia Legislativa não era freqüente antes da apresentação do projeto de criação do Fundo Estadual de Arte e Cultura e pediu aos artistas para criarem canais cada vez mais fortes com os legislativos municipais, estaduais e federais. "É por meio do Poder Legislativo que podemos criar programas duradouros, estabelecidos em lei, para que a cultura não fique ao sabor deste ou daquele governo".
Durante o evento, conduzido pelo diretor teatral José Renato, fizeram pronunciamentos também o diretor César Vieira, o secretário de cultura de Osasco, Roque Aparecido da Silva, e a deputada estadual Ana Martins (PCdoB). A carta aberta ao presidente Lula foi lida pela diretora e atriz Georgette Fadel. Mais de 500 artistas lotaram o auditório Franco Montoro da Assembléia Legislativa.
O senador Aloizio Mercadante, que estava confirmado para a audiência pública, não pode vir a São Paulo devido a compromissos de última hora no Senado.
vcandido@al.sp.gov.br
Notícias mais lidas
- Alesp aprova aumento de 10% no Salário Mínimo Paulista, que passa a ser de R$ 1.804
- Lei que transformou dor de família em ações que salvam milhares de vidas completa 10 anos
- Encontro na Alesp define reivindicações de servidores da Polícia Civil ao Executivo
- Governo envia à Alesp projetos com diretrizes orçamentárias para 2026 e reajuste do mínimo paulista
- Alesp recebe audiência pública em defesa dos servidores do Tribunal de Justiça de São Paulo
- Veículos híbridos de SP terão isenção do IPVA por dois anos; confira regras aprovadas pela Alesp
- Cidades, Segurança e defesa animal: Plenário da Alesp aprova projetos de autoria parlamentar
- Deputado apresenta emendas para ampliar valor do salário-mínimo paulista e garantir mais direitos
- Aumento do salário mínimo estadual e projeto 'Chave-a-Chave' são temas de Sessão Ordinária da Alesp
Lista de Deputados
Mesa Diretora
Líderes
Relação de Presidentes
Parlamentares desde 1947
Frentes Parlamentares
Prestação de Contas
Presença em Plenário
Código de Ética
Corregedoria Parlamentar
Perda de Mandato
Veículos do Gabinete
O Trabalho do Deputado
Pesquisa de Proposições
Sobre o Processo Legislativo
Regimento Interno
Questões de Ordem
Processos
Sessões Plenárias
Votações no Plenário
Ordem do Dia
Pauta
Consolidação de Leis
Notificação de Tramitação
Comissões Permanentes
CPIs
Relatórios Anuais
Pesquisa nas Atas das Comissões
O que é uma Comissão
Prêmio Beth Lobo
Prêmio Inezita Barroso
Prêmio Santo Dias
Legislação Estadual
Orçamento
Atos e Decisões
Constituições
Regimento Interno
Coletâneas de Leis
Constituinte Estadual 1988-89
Legislação Eleitoral
Notificação de Alterações