Relatório aponta que, em um ano, 17 trabalhadores morreram em canaviais no Brasil

Entre 2005 e 2006, aproximadamente 17 trabalhadores que viviam em condições semelhantes à escravidão morreram em canaviais em todo o Brasil. É o que aponta o relatório Direitos Humanos no Campo Latino-Americano, divulgado recentemente pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Rede Social de Justiça e Comissão Pastoral da Terra e divulgado pela Radioagência Notícias do Planalto no final da tarde da terça-feira, 24/4.
O relatório indica que em todos os países pesquisados " Brasil, Guatemala, Honduras e Paraguai " existem irregularidades e violações dos direitos humanos, porém a situação mais crítica é a do Brasil. Maria Luísa Mendonça, jornalista e diretora da Rede Social, disse que o problema é ocasionado principalmente pela concentração de terra e por políticas agrárias que beneficiam diretamente os grandes empresários.
Na Assembléia Legislativa de São Paulo, o deputado Rafael Silva conseguiu as assinaturas necessárias para o pedido de instalação de uma CPI para apurar as causas e efeitos das queimadas nos canaviais. Segundo o parlamentar, "a CPI terá a função de mostrar o que é constatado por profissionais e estudiosos, que vêm observando um considerável aumento no índice de moléstias como bronquite, asma alérgica, pneumonia e rinite. Agora, esse estudo apresenta um quadro mais preocupante, onde 17 trabalhadores morreram em canaviais brasileiros. Também para o meio ambiente, os efeitos das queimadas são desastrosos, pois são milhares de toneladas de gás carbônico jogadas na atmosfera, aumentando o efeito estufa e elevando ainda mais a temperatura do planeta".
Para a jornalista Maria Luísa Mendonça, "enquanto permanecer uma política de agricultura baseada no latifúndio e na monocultura voltada para a exploração, este problema não será resolvido. Essa política agrícola gera desemprego, concentração de renda e também pobreza. Então não adianta somente cumprir a legislação trabalhista".
O relatório aponta que o setor açucareiro é o que mais explora o trabalhador, que corta aproximadamente 15 toneladas de cana por dia. Isso significa perto de 10 mil golpes de facão. Na última quinta-feira, 19, foram libertados pela Polícia Civil 68 trabalhadores de uma usina de produção de etanol no município goiano de Itaruma, que viviam em condições precárias. O relatório ainda aponta que existam mais de 25 mil trabalhadores vivendo em condições semelhantes à escravidão.
"Durante os trabalhos da CPI iremos ouvir especialistas, juristas, ambientalistas, pesquisadores e as autoridades responsáveis pela fiscalização e controle das queimadas. A comissão será de grande importância para mostrar a realidade vivida pelos trabalhadores nos canaviais, além de comprovar os danos causados pelas queimadas para o nosso planeta", disse o deputado Rafael Silva.
rsilva@al.sp.gov.br
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