60 ANOS DO FIM DA II GRANDE GUERRA MUNDIAL

A Guerra no Pacífico " Parte 1
04/05/2005 19:16

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 Rara imagem da frota japonesa em viagem para o ataque <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/Frota.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>  Almirante Yamamoto <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/AlmiranteYamamoto.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Secretário de Estado Cordell Hull entre os negociadores japoneses <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/Cordell.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Almirante James Richardson, o homem que previu o ataque <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/Almirante.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Passados 60 anos do término do maior conflito armado do mundo, vamos trazer aos leitores a história dessa verdadeira tragédia que destruiu países e fez o maior número de vítimas na história da humanidade.



O Japão viveu sob o feudalismo até o século XIX, quando este sistema foi abolido pelo novo imperador Meiji, que exerceu o poder de fato, transferindo a capital do país para Yedo (Tóquio, atualmente) e transformando o antigo império feudal em uma grande potência, que venceu a guerra sino-japonesa (1894-1895) e derrotou a Rússia (1904-1905), quando a esquadra do Czar foi dizimada pela Marinha japonesa na batalha naval de Port Arthur.

No ano de 1931, os japoneses invadiram a Manchúria e instalaram um governo fantoche com o último imperador manchu, Pu-Yi. Em 1937, o exército nipônico prosseguiu em sua ofensiva e tomou Nanking. A invasão japonesa causa protestos por parte da população chinesa até em nossos dias, por atos de barbaridades praticados, inclusive com experiências cientificas com seres humanos.

A ampliação da influência japonesa no sudeste asiático e no Pacífico criou um clima de animosidade com os Estados Unidos, que também tinham interesses na região, desde a guerra hispano-americana de 1898, quando os americanos conquistaram as Filipinas e Guam.

Em maio de 1940, o presidente norte-americano Franklin Delano Roosevelt decidiu transferir a sede da Frota do Pacífico, de San Diego na Califórnia para Pearl Harbor no Havaí, apesar de várias correntes contrarias à medida. A maior voz divergente era justamente do próprio comandante-em-chefe da Frota do Pacífico, almirante James Otto Richardson, que conversou com o secretário da Marinha, Frank Knox, quando explanou a preocupante situação da base naval de Pearl Harbor.

Sabedor das movimentações bélicas do Japão, Richardson esteve em audiência na Casa Branca com o presidente Roosevelt e recomendou a transferência da frota para a costa oeste dos Estados Unidos, na Califórnia, e justificou em três pontos: 1) A inadequação dos navios americanos em caso de guerra; 2) A base do Havaí deixava a frota muita exposta; 3) A frota não poderia se defender de um ataque aéreo ou por parte de submarinos.

A divergência com o presidente custou ao almirante o seu cargo. Mas o tempo e a história provaram que Richardson tinha plena razão.

O novo comandante da Frota do Pacifico, almirante Husband E. Kimmel, assumiu seu cargo em 1º de fevereiro de 1941, e o novo comandante do Exército no Havaí, general Walter C. Short , seis dias depois.

Na capital americana, o embaixador japonês, almirante Kichisaburo Nomura, negociava com o governo dos Estados Unidos, e apresentava uma série de propostas de seu país, que visavam solucionar o impasse entre os dois países. As propostas seriam apresentadas várias vezes até 20 de novembro de 1941, e todas consideradas inaceitáveis pelos norte-americanos.

Apesar das pressões, para que o Japão acabasse com a sua política expansionista, e sem uma efetiva resposta japonesa, Washington impôs sanções econômicas ao governo de Tóquio, que culminaram em 26 de julho de 1941, com a suspensão do comércio entre as duas nações, com o fechamento dos portos americanos aos navios japoneses, o congelamento dos bens nipônicos no território norte-americano, e o mais grave: o embargo da venda de produtos petrolíferos dos Estados Unidos, que deixava o "país do sol nascente" asfixiado.

O impasse com o governo dos Estados Unidos irritou os dirigentes japoneses, que em 6 de setembro, na Conferência Imperial Japonesa na capital nipônica, decidiu pela guerra, se não chegasse a um acordo com os americanos até o mês de outubro.

Em 24 de setembro, a inteligência americana havia interceptado uma mensagem de Tóquio para o cônsul japonês em Honolulu, capital do Havaí, ordenando que os espiões informassem sobre os navios da Marinha americana na base de Pearl Harbor, essa mensagem só seria decifrada em 9 de outubro.

O primeiro-ministro japonês, o príncipe Fuminaro Konoye, foi obrigado a demitir-se em 16 de outubro, sendo substituído pelo general Hideki Tojo, que formou um novo gabinete, radical e militarista. No mesmo dia, o chefe de operações navais dos Estados Unidos, almirante Harold B. Stark, avisou seu colega, almirante Kimmel, de que havia possibilidade de uma agressão por parte do Japão.

No dia 5 de novembro, o embaixador americano em Tóquio, Joseph C. Crew, informou a seu governo: "a ação pela qual o Japão tornará inevitável um conflito armado com os Estados Unidos pode surgir com dramática e perigosa subtaneidade". Dois dias depois, o comandante da frota japonesa Isoruku Yamamoto emitiu Ordem Altamente Secreta nº 1 da Frota Combinada, contendo planos detalhados para o ataque à base norte-americana de Pearl Harbor.

De Tóquio, o embaixador Grew informou seu governo da possibilidade de um ataque de surpresa por parte do Japão. Essa informação foi passada de Washington para o almirante Kimmel, no Havaí.

Da baía de Tankan, nas ilhas Curilas, partiu em 26 de novembro, a força-tarefa japonesa sob o comando do contra-almirante Chuichi Nagumo, que tinha como destino um ponto distante, 320 km ao norte do Havaí, e sua missão era atacar e destruir a frota americana em Pearl Harbor.

Em 27 de novembro, preocupados com o fracasso das negociações diplomáticas com o Japão, os chefes militares, da Marinha e do Exército, notificaram separadamente, os comandantes no Havaí, Kimmel e Short, de que "se podia esperar uma agressão militar por parte dos japoneses".

De Tóquio, os negociadores em Washington foram instruídos a continuar sua missão, mesmo sabedores que o rompimento seria inevitável. Eles tinham de ganhar tempo, para que a movimentação da frota concluísse no Pacífico. No Japão, o gabinete do primeiro-ministro Tojo, reunido em 30 de novembro, decidiu apresentar uma nota de "14 pontos", que deveria ser enviada em resposta à proposta do secretário de Estado Cordell Hull. O imperador Hiroito insistiu que essa nota fosse entregue aos norte-americanos antes do início das hostilidades. E no dia seguinte, com a presença do imperador, o Conselho Privado do Japão autorizou o ataque a Pearl Harbor.

O serviço secreto americano interceptou, entre os dias 2 e 6 de dezembro, diversas mensagens cifradas dos japoneses para o seu embaixador nos Estados Unidos, entre as quais uma determinando a destruição de seus códigos. No dia 6 dezembro, o presidente Roosevelt já tinha lido a maior parte da nota de "14 pontos", que havia sido interceptada pelos agentes dos Estados Unidos, e que deveria ser entregue numa hora expressamente estipulada por Tóquio.

Amanhecia em Honolulu, no Havaí, naquele domingo, 7 de dezembro de 1941, que ficaria conhecido como o "Dia da Infâmia".

alesp