Realizou-se nesta quinta-feira, 13/3, o 1º Seminário Internacional de Inclusão Sócio-Cultural da População de Baixa Renda, promovido pelo Centro Cultural Àdímúlá - Afrikambo, entidade fundada em 1997 cujo principal objetivo é unir pessoas de diferentes nações promovendo difusão cultural e valores éticos. Àdímúlá, em ioruba, é o nome de um dos aspectos do orixá Oxalá, e significa "aquele que é suficientemente forte para nos dar segurança". Ainda participou da organização do evento o Centro de Apoio à Cultura Pinheiro & Oliveira. O primeiro palestrante, o sociólogo e professor Eduardo Oyakawa, falou sobre o processo de exclusão social no Brasil, país que considerou um dos mais injustos do mundo. Ele afirmou que a vida moderna leva à "alienação de nós mesmos", alertou que um "povo sem memória não consegue fazer seu futuro" e que é hora de procurar um modelo alternativo de sociedade. O esporte como parte fundamental da educação, do desenvolvimento infanto-juvenil e da inclusão social foi o tema de Nelson Evangelista, arquiteto e secretário-adjunto de Esporte e Lazer, que falou dos projetos realizados na cidade de São Paulo. Ele destacou o "Clube Escola", que visa dar a jovens, no período livre antes ou depois das aulas, acesso a atividades culturais ou esportivas nos clube municipais. Para falar sobre a proposta de parceria Brasil-Canadá, usou da palavra a professora Njoki Nathani Wane, Phd da Universidade de Toronto. Os cursos a serem oferecidos serão de diversas modalidades, de curta duração e visarão qualificar profissionalmente jovens carentes. Haverá também intercâmbio de professores para o ensino de inglês e português. Ela ainda elogiou a atuação de Cleide Andrade, presidente do Centro Cultural Àdímúlá. Rebeka Epíscopo, modelo e presidente do Projeto Modelo de Vida, de Arraial d"Ajuda, Bahia, e Garrido do Boxe, que mantém na capital paulista, desde 2000, uma academia de treinamento de boxe para moradores de rua e pessoas em situação de risco, localizada embaixo de um viaduto no bairro da Bela Vista, expuseram suas experiências. Caio Santos, proprietário da Academia de Artes, discorreu sobre o surgimento e a importância da arte, que considerou ser também útil na inclusão social. No final do evento, o príncipe Adegboyega Najeem, fundador do Centro Cultural Àdímúlá no Brasil, justificou a ausência da professora Brenda Kirkpatrick, dos EUA, que falaria sobre o projeto Aprendizado da Família. O príncipe entoou prece em ioruba e agradeceu a presença de todos.