As aquarelas de Biordo nos oferecem uma nobreza interpretativa da paisagem

Emanuel von Lauenstein Massarani
04/06/2004 14:00

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Obra Aldeia italiana<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/Biordo aldeia da italia.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Maria Aparecida Biordo<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/Biordo.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

As aquarelas de Biordo nos oferecem uma nobreza interpretativa da paisagem

Emanuel von Lauenstein Massarani

Na confusa fisionomia da arte moderna nem sempre é fácil distinguir quanto de vago, de aproximativo ou de forçado existe e quanto de genuíno. A pintora e aquarelista Biordo pertence a esse ultimo, o que revela a firmeza de seu cromatismo, aliado a uma sólida estrutura que consegue criar atmosferas pictóricas com autêntico sentido poético.

Embora mais empenhada na pintura a óleo ou acrílico, trata-se de uma aquarelista por excelência. A essa refinada técnica pictórica, a artista vem se dedicando, há muito, com inusitado entusiasmo, sustentada por uma boa preparação, mas sempre em contato com a natureza que ela considera mestra insuperável e insubstituível.

Partindo de uma prospectiva de ordem mental e espiritual ela se move fora da comum e habitual sintaxe espacial. Com a aquarela a artista nos oferece uma nova nobreza interpretativa da paisagem para se tornar mensageira de uma sentida vibração interior.

Os seus desenhos são sombreados por cores, inicialmente tênues, depois com tintas mais fortes. A proposta figurativa de Biordo responde a precisas exigências de ordem estética: o gosto pela estrutura com a busca de prospectivas não mais físicas, mas o cuidadoso uso de valores cromáticos, que indicam uma precisa direção e exploração num sentido de uma pesquisa que a artista conduz sob o signo de um rigoroso ritmo cromático.

Nos recentes trabalhos, Biordo descobre resultados que constituem um prelúdio à feliz realização de seus trabalhos onde o seu empenho é sustentado por uma força de vontade merecedora de encômios. Suas paisagens à aquarela resultam tênues, quase transparentes, com um fino senso de dosagem. Suas obras não se ressentem de nenhuma ambigüidade estilística: o primeiro plano está em perfeito contraste com os planos sucessivos que criam um refinado equilíbrio de relações.

Na aquarela "Aldeia italiana", doada ao Acervo Artístico do Palácio 9 de Julho, a prospectiva revive uma realidade anatomicamente perfeita e, às vezes, liberadamente estilizada por uma necessidade interior da artista, inclusive para decifrar com maior aderência parciais efeitos plásticos.



A Artista



Biordo, pseudônimo artístico de Maria Aparecida Biordo, nasceu em Ribeirão Preto, São Paulo, em 1953. Vive atualmente em Franca, onde foi presidente e secretaria da Associação dos Artistas Plásticos daquela cidade. Juntamente com o artista Gaspar Batista dos Reis é autora do projeto "Manhãs de Arte na Praça", espaço destinado aos artistas francanos para expor e vender seus trabalhos, todos os sábados, na Praça Nossa Senhora da Conceição.

Faz parte ainda da Galeria Céu Aberto, movimento paralelo de divulgação do artista realizado todos os domingos na Praça Sete de Setembro, em Ribeirão Preto. Atualmente, coordena um trabalho de divulgação e intercâmbio dos artistas de Franca com artistas de outras regiões e é a primeira secretária do Conselho Municipal de Cultura de Franca.

Participou de diversas exposições individuais e coletivas, além das seguintes mostras oficiais: Salão de Belas Artes de Franca (1993); Salão de Abril de Belas Artes, Franca (1994, 1995, 1997 e 2002); Consulado de Portugal, Ribeirão Preto; Semana Portinari, Brodósqui, SP (1994, 1996, 1997 e 2001); Salão de Belas Artes de Matão (1994 e 1995); I Salão de Artes Plásticas de Catanduva; "Seres Angelicais", Casa de Portugal, Ribeirão Preto (1995); Salão Brasileiro de Belas Artes, Ribeirão Preto (1996); "30 Anos da usina Estreito" (2000); Salão de Artes de Arceburgo, MG (2002).

Possui obras em acervos na Casa da Cultura e no Museu Municipal de Porto Ferreira, na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo e na Galeria de Arte de Brasília, em coleções particulares na Califórnia, Estados Unidos e em Buenos Aires, Argentina.

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