Ato de apoio ao Tribunal Internacional Katrina


10/05/2007 21:46

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Edenice Santana, Julio Turra, Cido Sério e Flavio Jorge <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/Katrina a.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Milton Barbosa, Sonia Leite e Eduardo de Oliveira <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/Katrina b.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Por iniciativa de entidades dos movimentos negros e dos deputados Cido Sério, Vicente Cândido e José Candido, todos do PT, foi realizado nesta quinta-feira, em 10/5, no plenário Franco Montoro, o Ato Público de Apoio ao Tribunal Internacional Katrina, com o objetivo de condenar os responsáveis pelo que os organizadores do evento classificam de "limpeza étnica" contra os negros dos Estados Unidos, por ocasião da passagem do furacão Katrina em 2005.

Um ano após a tragédia, Edenice Santana de Jesus, dirigente da Central Única dos Trabalhadores da Bahia, foi convidada a comparecer à preparação do Tribunal Katrina por uma comissão internacional de inquérito que se instalou em 27 de agosto em Nova Orleans " cidade mais castigada pelo desastre " e que tem como objetivo assegurar a justiça, a reconstrução e as indenizações pelos danos.

Apresentação de vídeo

Durante o evento, foi apresentado um vídeo-resumo de um documentário produzido pelo cineasta americano Spyke Lee, em que ele entrevista moradores dos lugares inundados e técnicos ligados ao estudo de furacões. Essas entrevistas denunciaram a negligência do governo americano na prevenção da tragédia, porque, segundo o documentário, as autoridades já saberiam, através de uma simulação feita antes da chegada do Katrina, que os diques de contenção contra enchente não resistiriam a um furacão. Os relatos dos moradores de Nova Orleans acusam também a morosidade das providências pós-tragédia " como o fornecimento de água e comida para os sobreviventes " e no resgate dos feridos e incapazes de se locomover.

A mesma matriz de racismo

Segundo Sônia Leite, do Fórum Estadual de Mulheres Negras, "a escravidão é a matriz da opressão e da exploração que os povos negros sofrem no Brasil e no resto do mundo". Essa identidade nas perseguições e tentativas de "limpeza étnica" dá oportunidade para as principais lideranças do movimento negro do Brasil denunciarem outros tipos de violência que os negros sofrem. Milton Barbosa, do Movimento Negro Unificado, chamou a atenção para os índices de violência contra os jovens, particularmente a juventude negra que vive nas periferias e bairros pobres das médias e grandes cidades. Os militantes Sônia e Milton identificam o silêncio da mídia impressa e televisiva para eventos dessa natureza como uma acomodação aos interesses da elite branca. Milton chama a atenção para os papéis dos negros nas novelas, sempre colocados como subalternos, empregados e ignorantes, bem de acordo com a imagem que se quer perpetrar sobre a raça negra.

Direitos humanos

Sônia Leite falou da importância da participação de toda a sociedade brasileira nessa questão do Tribunal Internacional, porque ela ultrapassa a cor da pele para se tornar um direito do homem. O tribunal terá lugar em Nova Orleans, de 29 de agosto a 2 de setembro de 2007, exatamente dois anos depois da tragédia.

alesp