Museu da Escultura ao Ar Livre

Annamaria Cappanari utiliza "a luz" para criar efeitos de ressonâncias internas
06/07/2011 09:00

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Annamaria Cappanari <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/07-2011/ANNAMARIACAPPANARI.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Entrosamento<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/07-2011/ENTROSAMENTOANNAMARIACAPPANARI.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Transpasse<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/07-2011/TRANSPASSEANNAMARIACAPPANARI.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

A arte ocidental sempre se defrontou com o problema do espaço, ou melhor do "horror vacui", o medo do vazio. As vanguardas agarraram o problema e o debateram, entretanto, suas realizações práticas "as obras" estavam abaixo (ou além) da importância filosófica do conceito. Lao Tzu, num certo sentido, afirma que a realidade de uma sala não é o invólucro dos muros, mas o seu volume de vazio.

Na obra escultórica de Annamaria Cappanari, as linhas arredondadas e suaves de seus feixes de aço se opõem às linhas estruturais da própria escultura. A artista confronta igualmente tanto o mármore quanto o aço inoxidável. O contraste dos materiais e das massas cria a dinâmica das esculturas.

O pleno difunde, o vazio atrai e concentra as passagens entre exterior e interior, que se tornam charme e volúpia. No coração de mármore, o espaço semifechado, subtraído dos olhares e ao resto do espaço, cria mistério e atração.

Trata-se de fundamento próprio do charme do mármore. Atração do espaço delimitado, pelo qual temos acesso às noções elementares de ordem e economia, tais quais se verificam em arquitetura.

O aço, é o material sobre o qual Annamaria Cappanari experimentou durante muito tempo. O seu canto é, às vezes, ambíguo e alusivo, feito de traços significativos, de áreas neutras e de luzes instáveis. Vale dizer que grandes superfícies caracterizadas por uma insólita e sugestiva sucessão de campos operativos, côncavos e convexos, formam uma composição equilibrada dos elementos usados.

O rigor do procedimento operativo da artista corresponde, como não poderia deixar de ser, à sua índole meditativa e severa, que consentiu a essa escultora, refinada e culta, de se dirigir, decisiva na direção de novos desenvolvimentos das relações entre projeto e destino, entre positivo e negativo.

Nas obras "Entrosamento" em aço inox e, "Transpasse" granito e mármore doados ao Museu da Escultura ao Ar Livre, a escultora soube utilizar "a luz" com habilidade e sensibilidade para criar efeitos particulares de ressonâncias internas.



A Artista







ANCA, pseudônimo artístico de Annamaria Cappanari nasceu em Gênova, Itália, em 1930 e faleceu em São Paulo em agosto de 2005. Acompanhando a família, transferiu-se para o Brasil, fixando residência em São Paulo onde se formou em química industrial. Desde muito jovem interessou-se pelas artes em geral. Mais tarde estudou escultura com o professor Kurt Spribille e freqüentou durante três anos um curso no Atelier de Nicolas Vlavianos. Especializou-se no trabalho do aço inoxidável, do mármore, da fundição em bronze e em outros materiais.

Realizou inúmeras viagens de estudo em diversos países da Europa, freqüentando Museus e visitando Ateliers de conhecidos escultores. Foi membro da AIAP-Associação Internacional de Artes Plásticas, organismo filiado à UNESCO.

Desde 1977, tem participado de exposições individuais e coletivas no Brasil e no exterior, destacando-se entre elas: "Galeria Documenta", SP (1977); Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UPS; "3º Salão de Artes Plásticas da Noroeste", Penápolis, SP; "Panorama da Escultora e do Objeto", Museu de Arte Moderna de São Paulo, SP (1978); "Clube dos Artistas de São Paulo", SP; "Paço de Artes de São Paulo, (1979); "Galeria Fernando de Noronha", SP; "4º Salão de Artes Plásticas da Noroeste, Penápolis, SP (1980); "Panorama da Escultura", Museu de Arte Moderna de São Paulo, SP (1981); "Um século de escultura no Brasil", Museu de Arte Moderna de São Paulo, SP, "Chapel Art Show", SP (1982, 1983, 1984, 1985); "Galeria Arte Aplicada, SP, Galeria Babelidus, SP, 1º Mostra de Arte "Sindicato ano Zero", Faculdade de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo, SP(1983); "Studio Compasso D"Oro", SP; "A escultura ao alcance de todos", SP (1986, 1988, 1992 e 1993); "Expo Brasil " Itália", SP, "Mármores", Galeria de Arte Aplicada, SP; "Espaço Cultural Chap Chap, SP; "Tendência e Singularidade", Museu de Arte Contemporânea de Campinas (1987); "Combinação de elementos", Galeria André, SP; I Enfeitarte, SP (1989); Galeria de Arte P.J. Lavin, SP; IV Feira de Antiguidades e Artes Plásticas, "Clube Hebraica", SP (1990); Arte ao vivo, SP (1991); II Salão de Artes do Jornal das Artes, SP; "Século XXI - Idade do Metal"; Galpão das Artes, SP (1996); Anca"s 97, Espaço Cultural Vila Madalena, SP; Brazilian Art in Washington, Estados Unidos (1997).

Possui obras em diversas coleções particulares no Brasil e no Exterior, além do Museu da Escultura ao Ar Livre e do acervo do Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.

alesp