A personalíssima cor na obra de Moro nasce da sensibilidade

Emanuel von Lauenstein Massarani
09/09/2003 14:00

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Obra Outono feliz<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/Outono  Feliz1.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Nadir Aparecido Moro<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/nadiroutono90903.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Moro soube alcançar na simbiose " espaço - cor ", que lhe consente elaborar uma pesquisa cromática de maneira que suas telas alcancem um relevo evocador, em espaços ilimitados, densos de luzes e de sombras. Esses espaços lembram, às vezes, o encanto das fábulas, outras vezes, feéricas explosões.

O artista testemunha, com seu empenho pictórico, que as artes podem continuar a se exprimir - e a viver - com entusiasmo autêntico e sentido. Eis porque comunica e emociona. Quando uma obra fala com voz humana, quer dizer que o artista realiza uma verdadeira obra de arte.

A cor permanece sempre o valor principal da arte de Moro. Sua cor é personalíssima e nasce da sensibilidade. A validade artística do pintor não acena a se exaurir, mas aparece exatamente no pleno do seu vigor e na busca de ulteriores soluções expressivas - sempre coerentes com a temática de fundo, mas sempre novas - as quais garantirão por muitos anos, ainda, obras poéticas.

Vale salientar que em suas obras está implícito que a arte é mistério: quanto mais a interprete, mais cresce. Creio que seja também assim para quem a exprime: a realidade se torna cada vez maior do que ela representa.

Na obra "Outono feliz", doada ao Acervo Artístico do Palácio 9 de Julho, existe mais espontaneidade do que pesquisa, essa última está em nós, que desejamos colher o segredo que se apresenta sem se revelar. É o segredo do artista que exprime mais do que vê e dá mais do que pensa.

O Artista

Moro, pseudônimo artístico de Nadir Aparecido Moro, nasceu em São Paulo, no ano de 1950. Ao completar 1 ano de vida, sua família, de origem italiana, mudou-se para São Bernardo do Campo. Desde a tenra idade demonstrou seu pendor para o desenho, ganhando seguidos prêmios nos concursos em que participava. Adolescente, passou a experimentar outros materiais, além do lápis e carvão, como giz de cera, guache, aquarela, chegando afinal à pintura a óleo.

Em 1978, participa em Guaíra, São Paulo de uma exposição coletiva. Desde então várias outras se somaram com mostras individuais, participação em leilões e outras atividades, como ministrar aulas de desenho e pintura, e funcionar como membro de júri. Entre as cidades brasileiras que abrigaram exposição de seus trabalhos destacam-se: Curitiba, Blumenau, Joinville, Florianópolis, São Paulo e Rio de Janeiro. Suas obras participaram de várias exposições no exterior, especialmente, Milão, Bolonha e Maróstica, na Itália; e Tukurama, no Japão.

Há 30 anos é professor de pintura, lecionando em seu atelier e em galerias de arte de São Paulo e do grande ABC e participando ativamente de vários workshops em cidades do interior paulista e do Brasil.

Possui obras em diversos acervos oficiais: Pinacoteca de São Bernardo do Campo, Pinacoteca de Arceburgo, Minas Gerais, Pinacoteca do Diário do Grande ABC, e coleções particulares no Brasil e no Exterior, destacando Japão e Itália. Participou de diversos salões de arte, recebendo como prêmio medalhas de ouro, prata, bronze e troféus.

Suas obras inicialmente centralizavam-se em paisagens, casarios, cenas árabes e marinhas e, atualmente, desenvolve a linha abstrata.

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