Conservatório Dramático Musical de São Paulo comemora cem anos de fundação

Com cerca de 7.000 artistas diplomados, conservatório passará por revitalização e restauro de suas instalações
13/02/2006 16:45

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Obras de revitalização e restauro das instalações do conservatório<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/conservatorio3.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Detalhe da fachada do conservatório<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/conservatorio 1.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Fachada do Conservatório Dramático Musical de São Paulo<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/conservatorio2.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

O Conservatório Dramático Musical de São Paulo comemora, nesta semana, cem anos de fundação. No início do século passado, importantes acontecimentos ajudaram a difundir a arte na cidade de São Paulo. Data dessa época a construção do Teatro Municipal, a ascensão de artistas amadores e profissionais, notadamente de origem italiana, e a criação desse conservatório.

Fundada em 15 de fevereiro de 1906, esta escola de música é fruto do sonho da aristocracia paulistana - apoiada por discreto, mas seguro apoio de autoridades estaduais e municipais ", que buscava o desenvolvimento artístico na cidade, especialmente nas áreas da Música e do Teatro.

O Conservatório, que tem na sua história alunos como Dinorá Milene, Alice Fisher, Samuel Archanjo dos Santos e Mário de Andrade, sendo que estes dois últimos chegaram a fazer parte do corpo docente da escola, instalou-se, inicialmente, em um prédio que teria pertencido à Marquesa de Santos, localizado na esquina das ruas Brigadeiro Tobias e Seminário.

Pouco tempo depois, transferiu suas atividades para o edifício onde se encontra até hoje, na avenida São João, adquirido mediante subvenções do Estado, Município e colaboração da sociedade civil, que prestigiaram a recém-fundada instituição, assegurando-lhe valioso auxílio financeiro na compra da sede própria, instalação, aquisição de mobiliário e instrumental.

Desde seu funcionamento inicial, o conservatório contou com o apoio de importantes figuras da sociedade paulistana, representantes da política e da administração pública. Entre elas destacam-se os deputados estaduais Herculano de Freitas e Mário Tavares. No Legislativo estadual chegou a ser aprovado um projeto de loteria, cuja receita seria destinada ao conservatório. Ele foi posteriormente revogado pelas dificuldades de seu eficaz cumprimento.

O então vereador ao município de São Paulo, Pedro Augusto Gomes Cardim, acumulou o cargo de secretário do conselho superior e diretor dos cursos, à época da primeira turma. Constituída por 182 alunos, sendo 134 contribuintes e 48 isentos de pagamento, esta turma teve aulas de canto, artes cênicas, instrumentos de sopro, piano e harpa.

Extensa a relação dos alunos que constituíram as turmas anuais do conservatório. Muitos foram prosseguir estudos na Europa, especialmente na França, Bélgica e Itália. Anos mais tarde, alguns deles vieram a ser professores da própria escola.

A história do Conservatório Dramático Musical de São Paulo é dinâmica. Em 1923 ele passou a ser reconhecido como de utilidade pública. Nove anos mais tarde, os cursos ministrados foram reconhecidos oficialmente pelo Governo do Estado. Disputas políticas e a discussão sobre a federalização do conservatório nas décadas de 1940 a 1970 provocaram uma decadência nas atividades da escola.

O ressurgimento começa em 1976 com uma decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo, que classificou o "Conservatório Dramático e Musical de São Paulo como Fundação" e determinou a sua regularização como tal.

O centenário do conservatório vai ser comemorado junto a obras de revitalização e restauro de suas instalações, mas sem se esquecer de que neste período fez muito pela arte no Estado e no Brasil, tendo diplomado, em seus cem anos de existência, cerca de 7.000 artistas.

alesp