A tendência estética de Leya Terranova: exaltação da sensualidade das formas


16/06/2008 12:08

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A Gorda<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/06-2008/Foto A Gorda.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Leya Terranova<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/06-2008/LeiaRocha corte.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

A escultura brasileira deve ainda ser descoberta. A crítica tem mostrado um grande interesse para aquelas correntes que espelham a era tecnológica enquanto expressão e símbolo da atual civilização industrial. As intenções são legítimas para invocar uma arte baseada sobre a nova realidade dominada pela automação, para contrapô-la à tradição humanística. Entretanto, não podemos deixar de nos assustar com certas folias vanguardisticas que pouco têm a ver com a escultura.

De há muito existe uma tendência para exaltar a sensualidade da forma, que é uma exaltação da vida. Pintores como Masaccio, Giotto, como Michelangelo, como Piero della Francesca para falar dos antigos. Em todos, vemos uma dilatação das formas. Artistas mais modernos, como Renoir, Ingres e os mais recentes Botero e Henry Moore, dilatam as formas, pintam ou esculpem seres "gordos", para usar uma palavra mais simplória.

A figura humana é a base, de onde se move a escultora Leya Terranova para exprimir o seu mundo. E se o nu, em particular, é a "matéria prima" sobre a qual todos os escultores se cimentam no âmbito dos estudos acadêmicos, exatamente em virtude da pesquisa "escolástica" das formas, tanto mais difícil é o desvincular-se do academismo comum a todos, para dar vida autônoma, ou melhor, tentar uma linguagem nova através de um meio velho de séculos.

A solução a esse problema nos é proposta pela artista, através de uma nova interpretação do ser humano - em especial a mulher - concebendo formas dilatadas ao extremo. Particularmente vigorosa foi a disciplina que a guiou para modelar sua figura, porque vigorosos também são os sentimentos humanos pelo tema enfocado.

A atitude de Leya Terranova é a mesma. Na arte contemporânea, onde não existem barreiras, essa característica - que no fundo sempre existiu - torna-se mais espetacular e agressiva, pois em nossos dias existe mais liberdade. Antigamente, além dessa tendência, existia um respeito pela realidade, mesmo dentro de uma determinada tendência estética. Hoje não existe mais essa consideração, porque existe a fotografia que cria o documento de uma situação.

Na obra A gorda, doada ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, a escultora sem ser obrigada a respeitar a realidade fotográfica desenvolveu a sua tendência estética, obtendo um resultado espetacular.









A artista



Leya Terranova, pseudônimo artístico de Leya Terranova Rocha, nasceu em 1955, em Duartina, SP. Começou suas atividades artísticas no Atelier de Bernardo Caro em 1976 retomando-as em 1991 no Atelier de Arte Cristina Roese. Desde então tem realizado esculturas em bronze, cimento, resina, pedras, mármore, madeira e raízes.

Inúmeras vezes premiada, participou das seguintes exposições: "Casa Aberta", Atelier e Arte Cristina Roese, Campinas, SP (1992); Galeria Tripoli, Campinas, SP; Galeria Dramis, Ribeirão Preto, SP; "Grupo Individualidade", Banco de Tókio, Campinas, SP; "Vinhexpo Arte 93", Vinhedo, SP (1993); "Arte no Momento", Brasil - Cuba, Valinhos, SP; III Sindcon, Salão Arte Contemporânea, São Paulo, SP; VII Salão de Artes Plásticas de Mogi Mirim, SP; XVII Salão de Belas Artes de Matão, SP; XXXIV Salão Ararense de Artes Plásticas, Araras, SP; Espaço Cultural da Caixa Econômica Federal, Campinas, SP (1995 e 1996); Galeria AT & Marret do GMF Stúdio Press, Sousas, SP (1995); X Salão de Arte Contemporânea "Francisco Cimino", Amparo, SP; Mostra dos Artistas Plásticos de Sousas, Sousa, SP (1996); Casa D'Itália, Sousas, SP; V Mostra dos Artistas Plásticas de Massaguaçu, Galeria Art3, Caraguatatuba, SP; Casa de Cultura de Araras, SP; 45º Salão de Belas Artes de Piracicaba, SP; "Salão de Artes Plásticas Conde do Pinhal", SP; "Instintiva", Teatro Municipal de São João da Boa Vista, SP; Bienal Internacional de Prestigio, The Best, Lisboa, Portugal; Salão de escultura e desenho "Arte e Oficina", Setúbal, Portugal (1998); "Em preto, branco e transparente", Espaço Cultural 346, SP; Galeria Solar do Rosário, Curitiba (1999); "Formas Indeléveis", Escola de Magistratura, RJ; e "Quinhentos Anos de Arte Brasileira", Austrália, Canberra (2000); IV Semana Fernando Furlanetto, em São João da Boa Vista; Salão de Belas Artes de Moji-Mirim; Salão de Belas Artes Aliens, em Limeira; X Sindcom Arte, V Salão de Belas Artes Sindcom, em Campinas; XI Sindcom Arte , VI Salão Nacional de Arte Contemporânea, em Campinas (2001); Galeria de Artes d3M, em Campinas (2002).

Possui obras em coleções particulares em Portugal, Austrália e no Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.

alesp