Gisela Schrader transporta o observador em mundos opostos: o terrestre e o espaço cósmico

Acervo Artístico - Emanuel von Lauenstein Massarani
28/02/2005 14:00

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Díptico Embuaca<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/Gisela Schrader diptico.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Gisela Schrader<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/Gisela Schrader.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

A obra de Gisela Schrader tem o poder de transportar o observador em mundos opostos. Primeiramente o terrestre, onde todos os elementos da natureza são explorados com equilíbrio, mas também com emoção e realismo. Do outro lado, o espaço cósmico quase a lembrar a chegada do homem à Lua.

A intuição da artista torna-se sentimento e certeza e amplia em dinamismo essa certeza: sua pintura é elaborada com ritmo e tensão. Às vezes, esse ritmo e essa tensão são interiores, fixadas ao máximo no quadro de uma calma aparente, cujos efeitos agem sobre nós como um grandioso espetáculo. Ela apresenta o espaço como ele é, nele dispõe sua arquitetura abstrata, sua cenografia de linhas, além da forma e da cor. São trechos amplos, rítmicos e carregados de energia.

Quanto mais despojada e mais abstrata, sem nenhuma figuração, a paisagem de Gisela Schrader alcança uma capacidade evocadora e convincente. O ritmo das formas, a expressividade de suas cores terrestres, obtidas através dos diversos tipos de areia e de terra com pedras, conchas, madeiras, sementes e folhas consegue que todos esses elementos de potencial vitalidade se transformem em perfeita expressão plástica.

A estrutura das linhas, o volume das formas, a disposição dos planos, nos dão a sensação tanto da profundidade atmosférica terrestre quanto da estratosférica lunar. A vibração dessas linhas e dessas formas em valores cromáticos, nos transportam sobre o ritmo de um poema lírico em direção desse espaço ambivalente, onde nossos sonhos se agigantam até a obsessão.

Retratos de uma vivência subjetiva da realidade, no díptico "Embuaca" e na obra "Mambucaba", ambas doadas ao Acervo Artístico da Assembléia Legislativa, Gisela Schrader confirma sua paixão pela natureza e, inspirada pela preservação do Meio Ambiente, consegue dar ao seu trabalho uma dimensão universal.

A Artista

Gisela Schrader nasceu em Colônia, na Alemanha em 1947. Graduou-se em economia pela Universidade de Colônia (1973) e estudou artes plásticas na Suíça Francesa e na Alemanha, além de uma passagem pelos

Estados Unidos. Conheceu as praias brasileiras ainda criança, o que lhe fez surgir o desejo de colocar essas paisagens em suas telas. De volta ao Brasil, Gisela naturalizou-se, em 1983, e desenvolveu uma técnica própria para realizar seu sonho.

Há mais de 20 anos, visita regularmente a Amazônia, de onde traz a finíssima areia branca e cintilante das margens e ilhas do Rio Negro. Praias solitárias do litoral norte de São Paulo e do Paraná também são fonte de inspiração e pesquisa pelas peculiaridades dos areais encontrados nessa região além de grande variedade de conchas e outros materiais utilizados no seu trabalho.

Instalou o "Projeto EcoArte" em um estúdio-galeria em São Paulo, onde apresentou os quadros criados em seu atelier em Boituva, no interior do Estado. Dedicou seu tempo em pesquisas para a divulgação de suas obras no Brasil, Alemanha e Portugal.

Participou de inúmeras exposições coletivas e individuais, ressaltando-se entre elas: Espaço Cultural do Hotel Le Bougainville, São Paulo (2001); "Arte e Cultura em Alto Mar" Navio Costa Clássica; "Lembranças de uma Impressão", Museu Nacional de Gemas, Brasília; Praça das Artes, Conjunto Nacional, Brasília; Espaço Cultural Esporte Clube Pinheiros, SP; e Saguão do Aeroporto Santos Dumont, RJ e Casa da Fazenda Morumbi; "100 Horas de Arte", Shopping Santa Úrsula, Ribeirão Preto; "Pintura Mística", Espaço Cultural do Centro Empresarial de São Paulo; "Construindo uma Cultura Planetária", Sesc Vila Mariana (2002); Espaço Cultural do Clube Transatlântico, SP (2003 e 2004).

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