Opinião - Avenida Paulista, palco de manifestações para quase todos
09/12/2011 09:03
No dia 8 de dezembro de 1891 era lançada oficialmente a avenida Paulista. Sem nenhuma construção, o que se inaugurou na ocasião foi a divisão em lotes daquilo que 120 anos mais tarde se transformaria no coração financeiro de São Paulo.
Um marco turístico, a Paulista ilustra bem a alma da cidade mais movimentada do país. Mais de 1,5 milhão de pessoas circulam pela via todos os dias. Além dos 86 prédios comerciais, a Paulista também ostenta 11 centros culturais, como o Museu de Arte de São Paulo (Masp) e a Casa das Rosas.
Primeiramente, a Paulista foi residência da elite cafeeira. Com o tempo, os casarões deram espaço aos arranha-céus. Chapéus e luvas não fazem mais parte da vestimenta de quem utiliza a avenida, o que ainda restou daquela época são os ternos, usados pelos executivos que lotam as calçadas nos horários de pico.
Da mata atlântica que tomava conta de toda a região no século 19, sobrou apenas a reserva do parque Trianon, um pedacinho de oxigênio em meio à poluição característica dos mais de 4 mil veículos que diariamente rodam por ali.
Mas a avenida mais conhecida do Brasil vai muito além do turismo e dos negócios. Ela é palco de grandes eventos políticos e sociais. Em 1992, os caras-pintadas passaram pela Paulista pedindo o impeachment do presidente da República.
Na virada do ano, a avenida recebe dois importantes acontecimentos. Primeiro, a tradicional corrida de São Silvestre demonstra a força e resistência dos atletas de diversos países. Um pouco mais tarde, o Réveillon da Paulista celebra a chegada do novo ano ao som de musica de diferentes estilos.
Além disso, sindicatos, torcedores e o movimento GLBT, entre outros, utilizam a avenida Paulista para exercer a liberdade de expressão. Porém, só um grupo está proibido de se manifestar: os evangélicos.
Apesar de a avenida Paulista ter uma imagem associada à realização de apresentação e manifestação de qualquer espécie, não é exatamente isso que acontece. Eventos como a Marcha para Jesus ou shows de música gospel não conseguem, há anos, a liberação para reunir público na região.
Os evangélicos são, sem sombra de dúvida, os que mais sofrem com isso. Não faz muito sentido um espaço público tão relevante como a avenida Paulista receber eventos distintos e, simplesmente, proibir manifestações religiosas.
Comemoramos os 120 anos da avenida Paulista com a esperança de que nos próximos anos ela seja mais plural e democrática.
*André Soares é advogado e deputado estadual pelo DEM.
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