Por indicação da deputada Vanessa Damo (PV) e com o apoio dos demais membros da comissão, foi escolhido como relator especial da CPI da Queima da palha de cana-de-açúcar o deputado Uebe Rezeck (PMDB), por seu conhecimento sobre as condições de trabalho e de como elas afetam a saúde dos trabalhadores nos canaviais. A CPI convidou também, através do vice-presidente Fernando Capez (PSDB), alguns procuradores da Casa para reunir num relatório o conjunto de leis que se referem ao objeto da CPI que são a exploração do trabalho escravo e as queimadas, que tanto prejudicam a imagem do Brasil e o meio ambiente. Os deputados receberam também " e o presidente Rafael Silva (PDT) convidou para compor a mesa " o membro do Ministério Público e professor de Direito Pedro Franklin de Campos. Em sua fala, Franklin de Campos fez considerações sobre seu respeito pela atividade do Legislativo, "um poder de legitimidade pura, a alma da sociedade", segundo ele, e colocou-se à disposição para combater a escravidão em pleno século XXI: "é inadmissível que existam pessoas explorando e subjugando seus semelhantes a ponto de reduzi-los à condição de escravos".Entre os maiores poluidoresO deputado Rafael Silva (PDT), presidente da CPI, acrescentou que as atuais condições de trabalho dos bóias-frias são piores do que as que os escravos viviam no passado. "Seu tempo de vida útil é de 12 a 15 anos, menor que os 20 anos dos escravos de antigamente". Rafael Silva falou ainda que os trabalhos da CPI deverão ter reflexos no Brasil inteiro, criando legislação e impedindo que regiões sem preocupação com o bem-estar dos trabalhadores e que fogem das responsabilidades trabalhistas consigam produzir o álcool de uma maneira mais barata e apresentem, por isso, uma competitividade maior. "Uma legislação nacional vai estabelecer uma concorrência saudável", disse o presidente e afirmou que os usineiros vão, no médio prazo, perceber as vantagens de considerarem o respeito aos trabalhadores e ao meio ambiente. "As nações desenvolvidas têm mais consciência e mais informação. Quando descobrirem de que maneira são tratados nossos trabalhadores, os consumidores desses países rejeitarão o álcool brasileiro". O deputado finalizou afirmando que o Brasil está entre os quatro maiores poluidores do mundo e que 75% dessa poluição é causada pelas queimadas. "Não é bom estar lá no alto nesse ranking".Participaram também os deputados Davi Zaia (PPS), Conte Lopes (PTB), Dárcy Vera (DEM), Adriano Diogo (PT) e Samuel Moreira (PSDB).