Senadores ouvem depoimentos sobre sites de pedofilia


13/06/2008 17:19

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CPI da Pedofilia<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/06-2008/pedofilia1.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Os senadores Magno Malta (PR-ES) e Romeu Tuma (PTB-SP) ouviram nesta sexta-feira, 13/6, em reunião realizada na Assembléia Legislativa de São Paulo, testemunha sobre suposta rede de pedofilia que atua na internet. O homem encapuzado identificado como X9 fez relato sobre a atuação de Marcio Aurélio Toledo, acusado de abusar de crianças e distribuir imagens de pedofilia na internet.

Toledo, preso desde o dia 25/5, prestou depoimento à CPI nesta quinta-feira, 12/6. Ele negou fazer parte de rede e disse que recebia os vídeos em casa, feitos por outras pessoas.

X9 disse que há alguns meses, em uma viagem de van, tomou conhecimento da existência na internet de uma sala de bate-papo sobre incesto com crianças. Ele teria, então, se conectado ao site e entrado em contato com um homem que se apresentava dizendo ter 28 anos, ser gay e ter afilhados e sobrinhos bem treinados. Segundo X9, Toledo oferecia crianças para atrair e seduzir homens para manter relações sexuais com ele. A testemunha disse ter mantido conversas com Toledo e observado fotos de crianças exibidas por ele. Daí decidiu denunciá-lo à polícia. Os contatos entre X9 e Toledo passaram a ser monitorados por um delegado de polícia.

Para Malta, essas salas de bate-papo na internet deveriam ter moderadores humanos. "Só assim as pessoas de bem acessariam as conversas sem ter nada a temer, diferentemente dos bandidos, que muito teriam a perder caso pudessem ser identificados e responsabilizados."

Segundo o senador Romeu Tuma, não basta pedir que os provedores de sites assinem um termo de ajuste de conduta para inibir a pedofilia, seria necessário exigir dessas empresas que operam os sites de relacionamento métodos de prevenção e filtros de conteúdo.



Promotor fala na CPI



No período da tarde, a CPI ouviu o promotor José Carlos Blat. Além dos senadores Magno Malta, presidente da CPI, e Romeu Tuma, estiveram presentes na reunião os deputados estaduais Olímpio Gomes (PV), Conte Lopes (PTB), Edson Ferrarini (PTB) e José Bruno (DEM).

Malta enfatizou que é necessária a criação de uma lei que iniba a prática, pois os traumas causados por abusos marcam a pessoa para o resto da vida. Ferrarini completou dizendo que esse trauma atrapalha a vida escolar, familiar e profissional da pessoa.

Blat informou que foi investigado o histórico de alguns pedófilos e descobriu-se que muitos deles foram vítimas de abusos sexuais ou violência doméstica na infância, o que também pode desencadear um desvio sexual. "Os abusados de hoje, se não tiverem acompanhamento psicológico, podem virar pedófilos amanhã. É uma roda viva", afirmou o promotor.

alesp