Policiais civis fazem protesto na Assembléia Legislativa


30/09/2008 20:31

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Policiais civis nas galerias do plenário <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/09-2008/OLIMPIO POLICIAIS 30 SET.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

"Não há condição moral de governo não atender às reivindicações dos policiais. São homens e mulheres honrados que aqui estão pedindo dignidade", disse o deputado Olimpio Gomes (PV), em plenário, nesta terça-feira, 30/9, em que se comemora o Dia da Polícia Civil. Sua fala foi acompanhada pelo coro "Polícia unida jamais será vencida", entoado por mais de 300 policiais, vindos de várias regiões do Estado, que lotaram as galerias.

Outros cerca de 700 policiais se concentraram na rampa da Assembléia Legislativa, em frente ao Comando do Sudeste do Exército Brasileiro, com carro de som e faixas para "chamar a atenção do poder legislativo acerca do estado de miserabilidade em que nos encontramos", disse o presidente do Sindicato dos Escrivães do Estado.

Vindos de várias cidades do interior, como Botucatu, Avaré, Bauru, Itapeva, Marília, Candido Mota, Assis, Catanduva, Lins e Tupã, os policiais carregavam faixas com os dizeres: "O Governo de São Paulo não respeita a Polícia Civil"; "Polícia Civil de São Paulo, pior salário do Brasil"; "Basta, polícia exige respeito"; e "O PSDB é prejudicial à Saúde, à Educação e à Segurança".

Durante a sessão, Olimpio Gomes colocou mais uma vez sua indignação quanto às retaliações impostas pela Secretaria da Segurança Pública. Ao som de "José Serra preste atenção, nossa polícia não aceita traição" e "José Serra não sou otário, nossa polícia está lutando por salário", os policiais entoaram sua indignação.

Em seguida, saíram em passeata até o prédio do Detran, onde pediram aos colegas para aderirem ao movimento, que segundo pesquisa da Folha On Line, de 23/9, é aceito por 6.979 votantes contra 813 pessoas que não concordavam com a paralisação.

A classe reivindica 15% de aumento, retroativo a março, mais 12% em 2009 e outros 12% em 2010, além da incorporação progressiva do adicional de local de exercício até 2010. Incorporação essa a ser paga em até cinco parcelas, sendo a última em julho de 2010. O governo não aceita a proposta conciliatória. A reivindicação anterior era de 60% das perdas salariais dos últimos cinco anos. José Serra chegou a oferecer reestruturação terminando com as quintas-classes da Polícia Civil, dizendo que para isso tem disponível R$ 500 milhões para as três polícias do Estado.

Membro das comissões de Segurança Pública e de Assuntos Metropolitanos na Alesp, Olimpio Gomes esclarece que o governo tem uma folga de mais de R$ 5 bilhões, em acordo com a Lei de Responsabilidade Fiscal, e não investe no funcionário público. Atualmente o governo gasta com todo o funcionalismo 39,48% da arrecadação estadual, quando poderia gastar até o limite prudencial de 46,55%.



molimpio@al.sp.gov.br

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