Há séculos tenta-se enclausurar o artista e o poeta no perceptível, no visível, no tático. E portanto, numerosos foram aqueles que, como Baudelaire, proclamaram a supremacia da imaginação, evoluindo nesse domínio encantado que é o sonho. Na pintura, David Cymrot nos transporta no seu próprio domínio encantado, que, no irreal, fora das fronteiras do cotidiano, nos envolve e nos eleva nas esferas superiores.

Sua atividade artística foi submetida às mais variadas diversificações o que não impediu de alcançar uma autêntica expressão pessoal enriquecida de diversas técnicas no campo da pintura, da gráfica e da assemblagem.

Dotado de uma profunda sensibilidade e de vasta cultura, o artista cria temas nos quais a fantasia domina soberana num contexto de matéria e de espírito, de intuição do dado real, para alcançar uma liberação interior e integrar, na arte, as próprias forças do pensamento e da natureza.

David Cymrot encontra em sua obra um equilíbrio e uma medida estritamente conexos ao meio expressivo, que lhe consentem toda uma nova experiência do ritmo, da forma e da transfiguração.

Nos momentos da mais livre interpretação, esse pintor consegue, seja a realidade, transfigurada até a decantação da imagem que, por intermédio de um processo de iluminação interior, atinge a medida e o ritmo da abstração, alcançando até mesmo o espaço cósmico através de composições intensamente cromáticas e envolvidas de um movimento espiral.

A obra "A Morada do Tempo", doada ao Acervo Artístico da Assembléia Legislativa de São Paulo é uma visão imaginária envolvida numa evocação poética.



O Artista

David Cymrot nasceu em São Paulo em 1944. Formou-se em Engenharia, Arquitetura e Artes Plásticas e realizou diversos cursos de especialização.

Participou de 11 exposições individuais, 29 coletivas, 33 Salões Nacionais e 15 exposições internacionais, entre as quais destacam-se: III Salão Internacional das Nações, Unap, SP (1988); IV e V Salão de Artes Plásticas de Arceburgo, MG (1988, 1990 e 1993); XIII Salão Arquidiocesano de Belas Arte, SP; V e VI Prêmio "Paleta de Ouro de Artes Plásticas", Nacne, SP (1989 e 1990); XII Salão de Belas Artes de Matão, SP (1989); 40° Salão de Artes Plásticas de Juiz de Fora, MG; Salão Portinari, SP; Salão Imesp, SP (1990); IX, X, XI, XII Salão de Artes Alberto de Mesquita de Camargo, Universidade São Judas Tadeu, SP (1990, 1991, 1992 e 1993); "Artistas Contemporâneos", Sociarte, SP (1995, 1996, 1997, 1998, 1999, 2000, 2001); "I Salão da Paisagem brasileira", Associação Paulista de Belas Artes, SP (1995); I Salão de Artes Plásticas de Higienópolis, SP; Associação Paulista de Belas Artes, SP (1996 e 1997); Espaço Cultural "A Hebraica", SP (1997 e 2000); Espaço Cultural "Jasmim", Londrina, PR; "Abstração", Marília, SP (2001); "Abstração, a força das cores", Espaço Cultural Albert Einstein, e Espaço Cultural A Hebraica, SP; Espaço Cultural V Centenário, Palácio 9 de Julho, (2002); "Cores em Poesia ou Poesia em Cores", Espaço de Arte Ida Zami, SP (2003).

Participou das seguintes exposições internacionais: Instituto Nacional de Cultura de Cuzco, Peru (1989); Gallery of Chinese Paintings Institute, Pequim, China (1990); Sociedade Portuguesa de Centro Comerciais, Albufeira, Portugal; Universidade de Sevilla, Espanha (1991); Centro Cultural José Marti, Cidade do México, México; Galleria Livorno, Sardenha, Itália (1992); Galeria Costes, Agen, França; Coral Art Gallery, Miami, EUA (1993); Gran Salón Inca, Cuzco, Peru (1994).

Suas obras encontram-se nos acervos oficiais do Instituto Nacional de Cultura de Cuzco, Peru, no Museu Nacional de Arqueologia de La Paz, Bolívia, na Faculdade de Bellas Artes de Sevilla, Espanha e na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo.

Por suas inúmeras participações recebeu grande medalha de ouro, medalhas de prata, de bronze, menções honrosas e troféus de destaque. Foi selecionado no Catalogo de Artes Plásticas Brasil 96, organizado por Julio Louzada.