O presidente da Assembléia Legislativa, Vaz de Lima, recebeu nesta segunda-feira, 23/4, no gabinete da Presidência, uma comitiva de autoridades polonesas composta pelo marechal do Senado da Polônia, seis senadores, diretores dos departamentos de Assuntos Exteriores e da Legislação do Senado, e ainda o cônsul geral da República da Polônia em São Paulo e o vice-presidente da Câmara Nacional de Comércio.Vários assuntos de interesse comum foram abordados, assim como informações sobre as características próprias de cada país e, em especial, a importância da entrada da Polônia na União Européia. O marechal do Senado, Bogdan Borusewicz, declarou que só a perspectiva da entrada do país na União Européia já havia criado um novo impulso de desenvolvimento nacional. "Hoje, crescemos em torno de 6% ao ano, tendo recebido grandes investimentos financeiros da comunidade européia, cerca de 11 bilhões de euros só no período de 2004 a 2006.A Polônia também é um bom local para a entrada de capital de outros países, já que é um ponto de convergência também de interesses econômicos do Leste Europeu. Temos uma aprovação de 85% da população, e avaliamos que em poucos anos estaremos no mesmo nível de desenvolvimento da Espanha", disse Borusewicz. Programa de desburocratizaçãoPerguntado sobre quais os instrumentos utilizados pelo governo brasileiro para incentivar o desenvolvimento das pequenas e médias empresas, Vaz de Lima explicou inicialmente que o Brasil é uma república federativa, o que significa que o investidor é tributado pela União e pelos Estados. "Hoje, estamos lutando contra uma grande praga: a burocratização. No nosso Estado, são necessários 106 dias para abrir uma empresa. O programa de desburocratização que se pretende criar em São Paulo tem a intenção de fazer com que o governo estadual seja um indutor de desenvolvimento."Educação e culturaA senadora Ewa Tomaszewska quis saber do presidente da Casa como o país lida com a pobreza e o que tem sido feito para combater o problema. "O Brasil é um país miscigenado. O desnível sociocultural é muito grande " o Sul e Sudeste, que receberam influência européia, concentram a renda e a mão-de-obra, já o Norte e Nordeste, que tiveram um pequeno desenvolvimento industrial, têm mais dificuldades em relação à pobreza. Apesar de o governo central e os Estados terem um programa de transferência de renda, no nosso entendimento, só sairemos dessa situação investindo em educação, cultura e em mão-de-obra", afirmou Vaz de Lima.O presidente da Assembléia disse que a economia nacional não comporta parcerias unilaterais. Sendo assim, segundo ele, o país luta para incentivar o incremento do Mercosul, além de estar abrindo seu mercado tanto para os Estados Unidos quanto para a União Européia. Sobre a preocupação mundial em relação à emissão de gás carbônico na atmosfera, o presidente da Casa salientou que o Brasil se encontra muito avançado neste aspecto, tendo investido em fontes de energia alternativas, o que nos colocará numa posição favorável em relação aos outros países.Ao final do encontro, Vaz de Lima entregou ao presidente do Senado polonês um quadro com amostras de produtos nacionais: semente de pau-brasil, café, canela, feijão branco e sal. Em retribuição, Borusewicz entregou a Vaz de Lima uma medalha do Senado polonês e uma garrafa de vodca polonesa.