Ubatuba: mar e Mata Atlântica

Estâncias Paulistas
09/09/2010 20:10

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Projeto Tamar<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/09-2010/ubatuba tamar.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Saco da Ribeira<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/09-2010/ubatubasacodaribeira.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Cachoeira Ipiranguinha<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/09-2010/ubatubacachoeiraipiranguinha.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

O município de Ubatuba está localizado no Litoral Norte do Estado, ocupando um território de 712 km², 83% dos quais no Parque Estadual da Serra do Mar, com sua exuberante Mata Atlântica, na única parte desta que alcança a costa brasileira. Além de conter mais de 80 praias ao longo de sua costa, Ubatuba também tem diversas ilhas, como a ilha das Couves e a ilha Anchieta. A população aferida em 2007 é de 75 mil habitantes e o clima é tropical atlântico, com chuvas distribuídas ao longo do ano, sem estação seca.



Confederação dos Tamoios



Os índios tupinambás, ou tamoios, foram os primeiros habitantes da região. Eram excelentes canoeiros e caçadores e viviam em paz, embora sempre em conflito com os irmãos tupininquins, habitantes da região mais ao sul, desde São Vicente e Itanhaém até Cananeia. Para se defender dos portugueses, que chegaram ao local escravizando e destruindo famílias indígenas, os tupinambás organizaram uma confederação, com considerável poderio de guerra.

Em 1563, os jesuítas Manuel da Nóbrega e José de Anchieta partiram de São Vicente com destino à Aldeia de Iperoig, numa missão articulada pelos portugueses para pacificar os índios fronteiros, haja vista que a maior parte das aldeias tupinambás localizava-se em torno da Baía da Guanabara. O tratado de paz foi finalmente firmado entre Nóbrega e Cunhambebe (filho do chefe supremo dos tupinambás), e passou a figurar na história do Brasil como A Paz de Iperoig.

Restabelecida a paz e desarmados os índios do Rio, os portugueses destruíram o grosso da nação tupinambá em conflitos na Guanabara e em Cabo Frio. Os tupinambás que restaram migraram para outras regiões. Porém, os índios da região de Ubatuba permaneceram no local, tendo formado a população caiçara da região, assim como a população cabocla ao longo do rio Paraíba do Sul. Fundado o Rio de Janeiro, o governador-geral tomou providências para colonizar a área de Ubatuba, com a intenção de assegurar a posse da região para a colônia portuguesa. A aldeia foi elevada à condição de vila em 28 de outubro de 1637 com o nome de Vila Nova da Exaltação à Santa Cruz do Salvador de Ubatuba.



Atividade econômica



Durante o século 17, a produção agrícola de Ubatuba cresceu e a baía de Ubatuba se transformou no mais movimentado porto da capitania de São Vicente. Antes subordinada à jurisdição do Rio de Janeiro, São Vicente, por ato do rei, tornou-se subordinada a São Paulo. O governador da capitania de São Paulo, Bernardo José de Lorena, determinou que toda exportação só poderia ser feita pelo porto de Santos, o que causou impacto negativo no município.

Após a concessão da liberdade de comércio marítimo ao porto de São Vicente, em 1798, Ubatuba reativou seu comércio, o que deu grande impulso ao desenvolvimento da cidade. Os ricos exportadores voltaram a fazer negócios, construindo prédios, casas de comércio, escritórios de exportação e luxuosas mansões. A euforia de crescimento levou os exportadores a planejar a construção de uma ferrovia para escoamento dos produtos comercializados, mas a pressão dos concorrentes de outros portos fez com que o governo decretasse a primeira moratória do Brasil para impedir a construção da ferrovia.

Ubatuba voltava ao isolamento, não havendo caminho terrrestre ao longo do litoral para fazer a comunicação com o porto. Em abril de 1933, foi inaugurada a rodovia que ligava Taubaté a Ubatuba, despertando novamente uma etapa de progresso à cidade. Em 1948, Ubatuba foi elevada à categoria de estância balneária, e em 1950 foram iniciadas as construções de casas de veraneio no local. Em 1964, quando o industrial Francisco Matarazzo Sobrinho foi eleito prefeito do município, Ubatuba recebeu grande número de arquitetos e paisagistas, que incrementaram o local com construções de linhas harmoniosas que respeitavam o meio ambiente. Com o passar dos anos, a especulação imobiliária fez com que o rico patrimônio arquitetônico fosse se perdendo, dando lugar a apartamentos e lojas comerciais. Hoje, a cidade resgata seu passado na cultura caiçara, nas festas de origem portuguesa e nos edifícios históricos, revelando seu potencial como estância balneária.



Pontos turísticos



Ubatuba tem 80 praias, distribuídas por 90 quilômetros de costa. Há desde as agitadas, como Itamambuca e Vermelha do Norte, muito frequentadas por surfistas, como as desertas e paradisíacas, como a praia da Fazenda. No norte do município localizam-se as praias de Itamambuca, Félix, Prumirim, Puruba, Ubatumirim, Brava de Almada, Camburi e Picingaba; no sul, as praias Vermelha, do Tenório, das Toninhas, da Enseada, do Lázaro, Marandiba, Itaguá e praia Grande, entre outras.

Além das praias, há diversas cachoeiras na região, como a cachoeira do Promirim, da Escada, do Ipiranguinha, da Água Branca e do Espelho. O Aquário de Ubatuba oferece aos visitantes a oportunidade de conhecer de perto um pouco do mundo marinho, tendo entre seus atrativos 12 tanques de água salgada.

O roteiro histórico do município tem como ponto de atração a igreja Exaltação à Santa Cruz, que foi construída na metade do século 18 e inaugurada em 1866. O Casarão do Porto, construído em 1846, servia de casa comercial e moradia do armador português Baltazar Fortes. Localizada no centro da cidade, a praça do Cruzeiro é o local onde o padre José de Anchieta escreveu o "Poema à Virgem", e onde se encontra a Cruz da Paz de Iperoig.

As ruínas do Antigo Engenho, também conhecidas como Casa da Farinha, fazem parte de um conjunto de ruínas de uma antiga usina de açúcar e álcool, construída no final do século passado por imigrantes italianos. Atualmente o local é utilizado pelos produtores de mandioca e também apreciado como objeto histórico, já que foi completamente restaurado.

A ilha Anchieta, que abriga a antigo presídio de mesmo nome, constitui área de preservação do Parque Estadual da Ilha Anchieta. O presídio, que começou a funcionar como Colônia Correcional do Porto de Palmas a partir de 1907 e abrigou presos políticos entre 1930 e 1933, funcionou até 1952. Atualmente, parte do antigo prédio abriga a administração do parque, sala de exposições, auditório, loja do Projeto Tartarugas Marinhas (Tamar) e ambulatório. A travessia do continente para a ilha é feita em escunas por várias empresas.

alesp