A vitalidade indígena exaltada através do expressionismo de Marco Rossi


27/11/2007 10:17

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Marco Rossi<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/Marco Rossi.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Menina Kalapalo<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/03-2008/Obra Marco Rossi.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

O cromatismo de Marco Rossi, mesmo se denso e homogênio, é inédito, como é incomum a maneira com que o artista deixa filtrar a luz com tanta doçura de modo a induzir o espectador a sentir poesia e lirismo onde se trata de pintura.

Suas figuras e seus personagens se destacam como vivos na espessura encantada de uma atmosfera carregada de uma gama infinita de nuances e onde a luz filtra numa escala de notas quase musicais para as ressonâncias e consonâncias que ela gera no seu desenrolar.

Na realidade, seus quadros pertencem àquele tipo de obras meditadas interiormente que somente com o tempo se abrem total e progressivamente e cuja essência autêntica de poesia só o tempo consegue destilar e enriquecer.

O artista chegou à pintura por uma natural propensão movida por motivações seletivas que aprofundam suas raízes na parte mais íntima do seu "ego", as quais enriquecendo-se de suportes culturais e de seleção determinam um mais completo domínio dos instrumentos técnicos e de expressão.

Encontramo-nos frente a uma espécie de expressionismo vigoroso e forte que se exalta na busca de motivos de impacto: o vulto de nossos índios carregados de uma intensa vitalidade e dramaticidade. A cor densa, vibrante e luminosa se expande sobre as superfícies matéricas que dão à obra uma dimensão de robusta estrutura, deixando transparecer a interna tensão e a profunda participação à vida de suas criaturas.

A obra Menina Kalapalo, doada ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, diz perfeitamente da linha adotada por esse artista, onde tudo é fruto de um pronto élan em defesa dos primeiros habitantes da "terra brasilis", numa homenagem àquela realidade que o espírito recolhe como ponto de partida.



O artista

Marco Antonio Rossi nasceu em São Paulo, em 1952. Formou-se pela Faculdade Católica de Direito de Santos em 1975. Após ter exercido a advocacia até 1982, iniciou suas atividades artísticas, como ilustrador de "A Tribuninha", suplemento infantil do jornal "A Tribuna" a partir de 1960.

Professor e pesquisador de técnicas de pintura e história da arte, cursou, de 1982 a 1983, a Faculdade de Artes Plásticas da Universidade Santa Cecília dos Bandeirantes (Santos); desde 1990 até o momento realiza cursos de arte presenciais em atelier próprio e espaços de arte e, desde 2002, cursos virtuais de arte. Dá suporte a muitos de seus alunos no cenário das artes brasileiras.

Desenvolveu pesquisas e técnicas: Em desenho sobre diversos suportes (desde 1955); com tinta acrílica sobre diversos suportes (desde 1983); em litografia (desde 1985); e óleo sobre tela (desde 1991). Está catalogado no Dicionário Artes Plásticas Brasil, editado pela Júlio Louzada Publicações, São Paulo, Brasil.

Participou de cerca de 50 exposições no Brasil, em mostras coletivas e salões, recebendo prêmios e distinções (1960); 15 mostras individuais (1974), destacando-se as performances na Galeria de Arte do CCBEU, Centro Cultural Brasil Estados Unidos de Santos; 6 mostras com o "Grupo Pamplona"- movimento de arte desenvolvido no atelier do artista, no qual vários pintores participam da mesma obra (1995); " XX e XXI Prêmio de Desenho Juan Miró", Fundação Juan Miró, Barcelona, Espanha (1982/1982); "First Brazilian Contemporary Exhibition", Tampa, Flórida, Estados Unidos (1986); "I Expo Portugueses d'além Mar e seus Parceiros", Lisboa, Portugal (1986).

Possui obras em diversas coleções no Brasil, no exterior e no Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.

alesp