Especiais


08/12/2008 18:55

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 <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/12-2008/FOT_0136.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Regina Moreira<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/12-2008/Regina.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>  <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/12-2008/FOT_0046.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>  <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/12-2008/FOT_0095a.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

A lona que formava o grande circo no estacionamento era colorida, grande, muito grande... Nela estavam abrigados aqueles que não podiam correr livremente até o palco montado com DJ, muita música e um animador incrível, que ora lá estava, ora estava no outro palco, montado no Hall Monumental. Os que lá estavam não podiam pular nos brinquedos espalhados por toda parte, piscinas de bolinhas, camas de elástico, brinquedos infláveis, jogar bola, dançar...

Aquele espaço, carinhosamente ficou conhecido como o "Cantinho da Paz". Eles não podiam visitar o helicóptero, dar uma volta na viatura da Polícia, no carro do Corpo de Bombeiros, nem mesmo ver as demonstrações dos homens do GOE descendo por cordas do teto da Assembléia e encantando a todos, ou brincar nas bicicletas na pista de aulinhas de trânsito. Eles não tiveram a oportunidade de ver o balé dos cadeirantes, a percussão de outros amiguinhos também muito especiais, ou desenhar na escolinha de pintura.

Pensam que eles não se divertiram?

Enganam-se.

Eles estavam lá, eram parte integrante daquela grande festa que presenteou muito mais a quem voluntariamente deu as mãos, na imensa corrente de proteção na chegada do Papai Noel, super moderno, em seu helicóptero. Presenteou ainda mais àqueles que correram muito para alcançar a criançada, na volta triunfal do velhinho no carro do Corpo de Bombeiros, eles todos querendo ser os primeiros a ganhar o abraço, o aperto de mão, a ver de perto aquela figura do imaginário infantil.

Não importa se a barba não era dele, se a roupa era muito quente. Era ele! E ele é quem elas, as crianças, queriam ver, tocar, falar, abraçar...

Mas a lona vista de baixo, era linda, o sorriso, ah, o sorriso era permanente no rosto daquele menino. Apenas este movimento ele tinha, sem voz, mais nada, apenas o sorriso. Só quem estava lá pôde conferir a força daquele sorriso. "Posso levantá-lo apenas para que ele possa ver o que está acontecendo ao seu redor?", perguntei à cuidadora que olhava mais duas crianças especiais. Ela me autorizou, então, me sentei no colchonete em que ele estava e apoiei sua cabeça em meu colo. Ele pôde ver de onde vinha o som de uma roda de capoeira, também muito especial, que acontecia muito perto, mas movimentos lhe faltavam para simplesmente virar a face. Foi incrível, espasmos faziam suas pernas tremerem e sua face resplandecia aquele sorriso que jamais esquecerei. Sua respiração, tornara-se mais intensa, quase um "ronronar", era alegria!

"Por favor, chamem os palhacinhos para que venham até aqui conhecer o meu amiguinho", pedi encarecidamente; e como a boa vontade era a máxima naquela confraternização, num passe de mágica lá estavam eles e, assim, foi um espetáculo exclusivo, para o menino Wellington!

Outras crianças também precisavam de atenção, muito podíamos fazer, tão pouco diante de tudo que recebemos em troca. Deixei Wellington em seu colchonete, seu sorriso de aprovação me dizia que ele estava feliz e que eu poderia deixá-lo lá, o céu em formato de lona colorida era lindo e ele podia escutar e perceber tudo ao seu redor e estar lá, resignadamente, era o seu maior presente. Eu poderia parabenizar muitos, por tudo que foi feito. Pela grandiosidade do evento e, mesmo assim, pelo toque de sensibilidade em cada detalhe, mas diante daquele sorriso, só posso agradecer pela oportunidade de ter participado, de estar lá... Que você volte, Wellington, e nos ensine mais com seu sorriso iluminado.

Obrigada!



*Regina Moreira é diretora do Serviço Técnico de Seleção, Treinamento e Capacitação da Assembléia Legislativa

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