Integrando uma corrente artística que insere a geometria estruturada em suas obras, Yvan Moscatelli personifica, como acentua o crítico italiano Alberto Sartoris, "uma ação ideal onde os sentimentos se exercem sob a influência de uma projeção inventiva do cotidiano." Utilizando uma técnica e fórmulas que lhe são próprias, a arte deste artista suíço-italiano anima de maneira decisiva composições arrebatadoras, sejam elas desenhadas, gravadas ou pintadas. Alimentado pela paixão, ele aborda sua história plástica com vivacidade, imparcialidade e objetividade. Muitas vezes suas concepções temáticas se abrem sobre horizontes tumultuosos. Do centro da crise intelectual da arte, suas experiências o conduziram progressivamente a um ponto onde se entrelaçam questões existenciais de nossos dias. Evocando o informal, Moscatelli usa o pretexto para formalizar um determinismo pictórico impregnado de ímpetos conjugados, de encantos marcados de musicalidade, cuja orientação inscreve as disposições e as ordenanças plásticas nas esferas transparentes e rarefeitas dos espaços não impostos. Na gravura intitulada Geometria, obra doada por este crÍtico de arte ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, o artista chegou a um estilo especificamente gestual e a uma estética muita vezes completada por inúmeras presenças abstratas. O artista Yvan Moscatelli nasceu em Borgosesia, Itália, em 1944. Passou a residir na Suíça a partir de 1959, onde vive e trabalha em Colombier, no Cantão de Neuchâtel. Em 1964, iniciou-se, como autodidata, em pintura e desenho, realizando em 1968 sua primeira exposição individual, após uma viagem à Espanha e ao Marrocos. Em 1969, trocou a pintura figurativa pela pintura abstrata e, em 1971, fez longa viagem pelo sul da Itália e pela Sicília. Durante 1975 e 1976 viveu nas Antilhas, onde realizou suas primeiras tentativas no campo da gravura, no Atelier Roger Arm. Em 1977, criou uma fonte escultural para uma nova praça de Neuchâtel, após o que viajou pelo Brasil, Bolívia e Peru. Além de várias cidades suíças, Moscatelli expôs em Paris (França), em Hagën (Alemanha), no Museu João Batista Conti, em Atibaia, no Museu de Arte de São Paulo, e na Galeria Kuwalsky, em Lyon (França). É detentor de prêmios na Bienal de La Chaux-de-Fonds e no III Concurso Nacional Italiano de Pintura Contemporânea. Participou ainda de vários salões de arte europeus. Possui obras em diversos acervos públicos e particulares da Suíça, Itália, França, Brasil e no Museu de Arte do Parlamento de São Paulo. (mlf)