Administradores de hospitais são ouvidos pela Comissão de Saúde

Técnicos foram convidados a explicar a redução dos serviços prestados
03/04/2012 20:36 | Da Redação: Josué Rocha - Foto: Roberto Navarro

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 Carlos Alberto Paneagua, Vivian Hart Ferreira De Marcos Martins<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-04-2012/fg87193.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Carlos Alberto Paneagua<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-04-2012/fg87194.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Deputados da comissão <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-04-2012/fg87195.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

A Comissão de Saúde ouviu nesta terça-feira, 3/4, Carlos Alberto Paneagua Ferreira e Vivian Hart Ferreira, administradores, respectivamente, do Hospital Geral Santa Marcelina do Itaim Paulista e do Hospital Santa Marcelina de Itaquaquecetuba, a respeito da redução dos serviços prestados por esses hospitais. O deputado Gerson Bittencourt (PT), autor do convite aos administradores, indagou o porquê de algumas especialidades médicas não estarem mais à disposição naqueles hospitais e também sobre questões orçamentárias e administrativas dos hospitais. Ambos os hospitais são administrados pela Organização Social de Saúde Santa Marcelina.

Os administradores confirmaram que estão com dificuldades para contratarem especialistas na área de pediatria e urologia, pois esses profissionais têm preferido trabalhar nas áreas mais centrais da cidade, uma vez que, além de serem mais bem remunerados, se locomovem mais facilmente entre os hospitais que trabalham. A violência da periferia também afasta alguns profissionais, alegou Paneagua, que relatou incidentes envolvendo profissionais do hospital onde trabalha. Ele próprio já foi vítima de sequestro naquela região. "Alguma coisa precisa ser feita, pois a demanda nessas áreas é grande", alertou Paneagua.

O hospital do Itaim Paulista, segundo Paneagua, com orçamento de aproximadamente R$ 44 milhões, teve uma sobra de quase R$ 2 milhões no exercício financeiro de 2011. Em resposta a questionamento de Bittencourt, eles afirmaram que não atendem pacientes de convênio particular, apenas pelo SUS.



Itaquaquecetuba



A administradora do hospital de Itaquaquecetuba afirmou que o pronto socorro de lá tem "estourado a meta prevista", e que as finanças apresentaram pequeno superávit, pois foi beneficiado por um termo aditivo de R$ 2 milhões em razão do excesso de atendimento de emergência. Vivian Hart disse que cerca de 80% dos atendidos são da própria cidade e o restante de cidades vizinhas, em razão de vários hospitais da região terem interrompido atendimento.

Outro membro da comissão, Luiz Carlos Gondim (PPS) parabenizou o esforço dos administradores, mas salientou que "o atendimento médico precisa ter início, meio e fim", mas ele tem visto que há falhas nesse percurso. Ele também quis saber sobre eventual orientação aos motoristas de ambulâncias para não levarem casos de emergência para aqueles hospitais.

Ao final, Bittencourt avaliou que os contratos estão "desatualizados", pois em muitos casos a quantidade de atendimentos ficou aquém do esperado (embora dentro do limite mínimo de 85% do previsto) e ainda assim o orçamento foi apertado. "E se tivesse atingido a demanda total?", questionou. Para o parlamentar, além disso há falta de articulação na rede e o ideal seria um novo hospital para a região.



Reclamações



Após as intervenções dos administradores, conselheiros de saúde e usuários dos hospitais se pronunciaram: "Parece que no final de 2011 houve uma crise em Itam Paulista: o Hospital Casa de Maria foi fechado e algumas ambulâncias ficaram retidas por falta de macas para o transporte de pacientes no Hospital Santa Marcelina. Nenhum dos dois hospitais conta com fisioterapia", disse Euclides, conselheiro gestor do Jardim Romano.

Pacientes do Hospital Santa Marcelina relataram problemas como cancelamento de cirurgia e morte por negligência médica.

Em resposta, o representante do hospital informou que irá determinar ao conselheiro Euclides que encaminhe à direção da instituição os casos mais graves, mas ressaltou que a região precisa de mais hospitais. "Não podemos ser responsáveis pela saúde da região."

Além dos citados, participaram da reunião, presidida pelo deputado Marcos Martins (PT), os deputados Carlos Bezerra e Celso Giglio, ambos do PSDB; Edinho Silva e Adriano Diogo, ambos do PT; Ulysses Tassinari (PV) e Itamar Borges (PMDB). Vários funcionários e representantes das comunidades daquelas regiões participaram da audiência pública. (JR)

alesp