Museu de Arte do Parlamento de São Paulo - Flavio Meyer


09/04/2012 11:54 | Emanuel von Lauenstein Massarani

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Museu Paulista<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-04-2012/fg87225.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

A fotografia requer uma "leitura" aberta, orientada pela clareza fisionômica dos temas escolhidos e pelas inter-relações propostas pelo fotógrafo como estímulo a uma ulterior análise do que é real.

Por intermédio de suas propostas visuais, Flavio Meyer exprime com grande lucidez sua confiança no poder expressivo e comunicativo da fotografia, pela qual se envolve em toda a fase produtiva, desde o projeto, a "assemblage", à sua impressão sublinhando suas escolhas, sem deixar nada ao acaso e à manipulação de outros.

Analisando sua obra verificamos que ele tem uma idéia bem pessoal da fotografia, na qual está evidente que não pode ser utilizada como um simples instrumento de documentação. Trata-a sim como meio de conhecimento e construção das relações analógicas entre tempo e espaço real, entre a memória de histórias passadas e das atuais, através de formas e significados de seu hábitat.

Flavio Meyer nos propõe espontaneamente, seja na série Gigantes em Miniatura, que na série em que retrata aspectos da natureza, imagens organizadas segundo esquemas racionais, por intermédio do uso científico da linguagem fotográfica que a própria técnica amplamente propõe e consente.

Não há dúvida que a imagem é um meio de expressão inerente a esse fotógrafo artista que consegue assinalar como a fotografia possui capacidade autônoma de linguagem e uma eficaz comunicação.

A capacidade de reproduzir e de "miniaturizar" a realidade é algo que lhe é inerente, realizando através da filtragem uma síntese quase impossível de ser obtida, se não se é capaz de desenvolver a análise.

Através da obra Museu Paulista, doada ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, o fotógrafo projeta numa dimensão épica, especialmente onde não há presença humana, uma cenografia emblemática que a luminosidade e o cromatismo dinamizam.



O artista

Flavio Meyer nasceu em São Paulo. Pós-Graduado em comunicação visual pela Faculdade de Belas Artes de São Paulo, é fotógrafo, editor de imagens e designer gráfico.

Atuando inicialmente no mercado publicitário, tornou-se um inventivo fotógrafo de arte após ter apurado novas técnicas e virtuosismo visual através de temas e formas, em especial no esmero do tratamento estético e arquiteturas, paisagens naturais e pessoas.

Sua obra tem sido matéria de análise e ensaios semiológicos artísticos de acadêmicos e críticos de arte, destacando-se entre eles Flavio Viegas Amoreira, Marisa Lajolo e Vanessa Tonetto.

Paralelamente à fotografia organizou em parceria com o diretor de teatro J. C. Serroni o cenário luminoso projetado da peça O Poeta e as Andorinhas, baseado na obra de Oscar Wilde, no Teatro Imprensa.

A mostra São Paulo, a Gigante em Miniatura foi apresentada na IQ Arte Gallery em 2011, por ocasião dos 457 anos da cidade de São Paulo e posteriormente no Museu do Porto de Santos.

Em 2012, a Pinacoteca Benedito Calixto de Santos apresentou no decorrer do mês de fevereiro a exposição Gigantes em Miniatura e em março no Espaço Cultural V Centenário do Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.

Tem realizado ainda diversas mostras pelo Brasil e implementado rica experiência interagindo com novas mídias e suportes em artes plásticas, alinhavando experiências através da fotografia e suas possibilidades contemporâneas de edição e montagem.

alesp