Opinião Debater os gastos do SUS pelo governo paulista é essencial
*Nesta semana, em que se comemora o Dia Mundial de Saúde, a população saiu às ruas cobrando a preservação e a melhoria do SUS, e os movimentos sociais se organizaram e promoveram ações para cobrar do Estado mais eficiência no sistema de saúde pública. Diante disso não podemos nos esquivar, como homens públicos, do debate do fortalecimento do SUS e precisamos discutir uma melhor gestão e financiamento da saúde brasileira, em destaque a paulista.
A Constituição de 1988 instituiu o direito à saúde, no entanto não houve garantia do financiamento para viabilizar esse direito. Em 1993, na Câmara dos Deputados, parlamentares do PT e de outros partidos apresentaram a PEC 169, com o objetivo de garantir o financiamento.
Apenas na década de 2000 ela foi aprovada, sob a forma da Emenda Constitucional 29. Recentemente regulamentada pelo governo federal, estabeleceu os gastos mínimos da União, Estados e municípios com a saúde, sendo que a União deve aportar anualmente o crescimento líquido do PIB e os Estados e municípios devem gastar pelo menos 12% e 15%, respectivamente, das receitas líquidas com a saúde. Desde então tem havido aumento de gastos com a saúde, que não foram maiores porque a Constituição os inviabilizou e, também, em decorrência de políticas neoliberais da década de 1990 e início de 2000.
Os governos Lula/Dilma elevaram os gastos com a saúde no Brasil de 7,2% do PIB, em 2000, para 9% do PIB, em 2010, de acordo com o livro de 2012 da Organização para o Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), ou seja houve um aumento de 1,8% do PIB.
É preciso salientar que o PIB brasileiro passou a ser, em 2010, o sétimo maior do mundo. Este crescimento ocorreu devido crescimento de 1,2% dos gastos públicos e 0,6% dos gastos privados, pois desde que Lula assumiu a presidência da República, o Brasil não para de crescer, as empresas estão mais fortes, as pessoas tem mais emprego e podem gastar mais com sua saúde.
Já os gastos com a saúde no Estado de São Paulo vêm sendo crescentemente financiados por recursos federais. Os recursos vinculados federais para a gestão do SUS estadual cresceram 11,2 vezes, de R$ 383 milhões, em 2002, para R$ 4,3 bilhões, em 2012. Isso se deveu à habilitação da Secretaria Estadual da Saúde como gestora plena do SUS, passando a gerenciar toda esta soma de recursos para municípios em gestão básica e prestadores de serviços.
Assim, a responsabilidade principal pelas dificuldades da saúde no Estado é da gestão dos governos de São Paulo dos últimos 20 anos, que não foram capazes de solucionar estas necessidades da população e tentam jogar a responsabilidade no governo federal, pois deixaram de organizar e estruturar efetivas redes de atenção regionais, que propiciassem as necessárias integração e pactuação entre os entes municipais e o Estado.
Para um sistema de saúde mais eficiente são necessários mais recursos, todavia é preciso também que o governo paulista melhore os gastos com o setor, pare com as privatizações, responsabilize-se pela má gestão e cumpra integralmente a Emenda 29. Só assim a saúde de São Paulo será universal e de qualidade.
*Marcos Martins é deputado estadual pelo PT
"Já os gastos com a saúde no Estado de São Paulo vêm sendo crescentemente financiados por recursos federais. Os recursos vinculados federais para a gestão do SUS estadual cresceram 11,2 vezes"
Notícias mais lidas
- Aumento do salário mínimo estadual e projeto 'Chave-a-Chave' são temas de Sessão Ordinária da Alesp
- Servidores de várias categorias se unem por recomposição salarial
- Na Alesp, policiais penais cobram melhorias e recomposição salarial para a categoria
- Governo envia à Alesp projetos com diretrizes orçamentárias para 2026 e reajuste do mínimo paulista
- Veículos híbridos de SP terão isenção do IPVA por dois anos; confira regras aprovadas pela Alesp
- Reajuste salarial de servidores é tema da 56ª Sessão Ordinária da Alesp; assista à transmissão
- Dia do Trabalhador: um século de conquistas garantidas e liberdade para a busca por novas demandas
- Lei que transformou dor de família em ações que salvam milhares de vidas completa 10 anos
- Encontro na Alesp define reivindicações de servidores da Polícia Civil ao Executivo
Lista de Deputados
Mesa Diretora
Líderes
Relação de Presidentes
Parlamentares desde 1947
Frentes Parlamentares
Prestação de Contas
Presença em Plenário
Código de Ética
Corregedoria Parlamentar
Perda de Mandato
Veículos do Gabinete
O Trabalho do Deputado
Pesquisa de Proposições
Sobre o Processo Legislativo
Regimento Interno
Questões de Ordem
Processos
Sessões Plenárias
Votações no Plenário
Ordem do Dia
Pauta
Consolidação de Leis
Notificação de Tramitação
Comissões Permanentes
CPIs
Relatórios Anuais
Pesquisa nas Atas das Comissões
O que é uma Comissão
Prêmio Beth Lobo
Prêmio Inezita Barroso
Prêmio Santo Dias
Legislação Estadual
Orçamento
Atos e Decisões
Constituições
Regimento Interno
Coletâneas de Leis
Constituinte Estadual 1988-89
Legislação Eleitoral
Notificação de Alterações