Museu da Escultura ao Ar Livre - Roberto Lerner


19/04/2012 11:18 | Emanuel von Lauenstein Massarani

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Fraternidade<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-04-2012/fg113642.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Roberto Lerner<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-04-2012/fg113643.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

O escultor Roberto Lerner chegou recentemente à escultura proveniente do campo da engenharia. É claro que esse parâmetro "projetado na sua linguagem com precisão e inteligência" levou sua iconografia a um nível de tendência geométrica, de problemática abstrata atualíssima, de imagem que responde, enfim, ao diálogo de um artista que participa das situações estéticas hodiernas.

Devido essencialmente a uma sensibilidade equilibrada, mas vital, que se aprofundou sem se esterilizar numa "fórmula", e ao rigor compositivo de seus conceitos visuais, a pesquisa efetuada por esse artista sintetiza as qualidades técnicas e, sobretudo, expressivas de sua obra escultórica.

Roberto Lerner constrói e inventa os traços do mundo de sua expressividade, da poética de sua realidade. Em tal sentido, sua escultura poderia ser definida como "uma metáfora geométrica". Suas esculturas abstratas nascem da necessidade de expressar crenças, concepções, sentimentos, visões, relações ou até homenagens aos grandes mestres do passado.

Uma vez que essas crenças nascem com o próprio homem e modelam tanto o comportamento quanto as percepções, elas constituem motivo de guerras e de congraçamento, materializadas em esculturas abstratas por Roberto Lerner.

Em suas obras encontra-se uma contínua dialética entre forma, espaço e, em alguns casos, também cor. A dinâmica intuitiva que a sustenta cria às vezes significados virtuais, associações da memória, substanciais buscas interiores transportados aos valores da comunicação.

Esses valores expressos pelo artista como estruturas sensibilizadas de seu "eu", dos direcionamentos da sintaxe mental, são enfim uma resposta ao nó emocional nascido no profundo e visualizado por uma personalidade controlada, mas não reprimida.

Se a música é arte abstrata por excelência, as esculturas de Roberto Lerner, sem dúvida minimalistas, apresentam um forte componente musical, em que ritmo e harmonia, intrinsecamente ligados a sua simbologia, se alternam provocando verdadeiras vibrações.

Em suas estruturas, feitas na sua maioria em aço inox ou alumínio, outras vezes monocromáticas, o artista organiza, ordena e individua um conto geométrico metafórico que possui, de maneira indireta, a força dos eventos humanos, do labirinto dos sentimentos, de suas harmonias e de seus conflitos.

Na obra Fraternidade, doada ao Museu da Escultura ao Ar Livre, Roberto Lerner incorpora um profundo significado humano e provoca no observador o encantamento que o artista procura transmitir dentro do simbolismo desejado.



O artista

Roberto Lerner nasceu na cidade de São Paulo, em 1941. Filho de imigrantes poloneses, de Varsóvia, formou-se em engenharia pela Universidade de São Paulo e fez pós-graduação em administração na Fundação Getúlio Vargas, tendo sido escolhido em concurso para participar do "Seminar for Brazilian Student Leaders on Problems of Economic Development", na Harvard University, em Cambridge, Massachusetts.

Como empresário, dirigiu durante anos a área de design e produção de joias de sua indústria, a Denoir, para os mercados brasileiro e internacional. Desde 2003, dedica-se exclusivamente à escultura.

Em sua primeira exposição individual, "Emoções", apresentou 18 esculturas na Galeria de Arte da Hebraica e, a partir daí, realizou as seguintes exposições individuais: "Emoções", no Instituto dos Arquitetos do Brasil (2005) e no Centro Histórico da Universidade Mackenzie, São Paulo, SP (2006); "Concepções", no MuBE - Museu Brasileiro da Escultura , São Paulo, SP (2006); e "Concepções", na Galeria de Arte Jô Slaviero e Guedes, São Paulo, SP (2005/2006/2007), "Emoções e Concepções" no Espaço Cultural V Centenário, Palácio 9 de Julho (2006); "Abstrações Geométricas" no Cetenco Plaza, São Paulo (2007); VI Congresso Brasileiro de Direito da Família, Belo Horizonte (2007); "Diálogo" no Museu Brasileiro da Escultura (2008); "Geometria e Sentimentos", Galeria André, São Paulo (2008) e no Palácio Maçônico Francisco Rorato, São Paulo (2009).

Atualmente o artista está representado em galerias de Curitiba, São Paulo e Barcelona (Espanha), como também possui obras em diversas coleções particulares no Brasil e no exterior e no acervo do Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.

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