Museu de Arte do Parlamento de São Paulo - Dácio Bicudo


26/04/2012 09:39 | Emanuel von Lauenstein Massarani

Compartilhar:

Cabeça<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-04-2012/fg113890.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Grávidos<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-04-2012/fg113891.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Dácio Bicudo<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-04-2012/fg113892.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

É difícil encontrar na pintura de nossos dias uma denúncia total e agressiva como a elaborada por Dácio Bicudo. Sua sábia folia irrompe em imagens dramáticas, estranhas, irônicas, impetuosas e até mesmo cruéis. Será a libertação de um íncubo que outros tendem a marginalizar ou de um presente que se pretende esquecer?

A concepção de vida desse pintor parece-nos claramente fatalista. A tragédia da vida moderna está para o pintor no fato de que o homem perdeu a fé no sobrenatural e, como resultado, vê a si próprio cada vez mais insignificante.

Colorista por excelência, suas cores vivazes chegam à audácia, através de corajosas e instintivas pinceladas que transformam sua extraordinária linguagem, às vezes violenta e trágica, outras vezes irônica, mas absolutamente pessoal.

Sua pintura possui uma potência pouco comum e é amadurecida na convicção de criar uma verdade não falseada de relações impostas pelas conveniências e instrumentalizações. Em sua mensagem nada nos parece determinar. O artista é ao mesmo tempo romântico, egocêntrico e até mesmo autobiográfico. Chegamos a acreditar que o microcosmo de sua existência pessoal é a sua própria concepção de vida.

A humanidade que Bicudo retrata fala da solidão do homem, de seu tormento existencial. Nas obras Grávidos e Cabeça, doadas ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, a exigência de "trans-formar" rapidamente leva o artista à representação de um mundo de obsessão, que pode ser veículo mordente de uma solução crítica em nível de subversão.



O artista



Dácio Bicudo nasceu em São Paulo, em 1948. Cursou inicialmente a Escola Contemporânea de Artes e formou-se pela Faculdade de Belas Artes de São Paulo. Realizou estágio com o consagrado artista e arquiteto Flávio de Carvalho.

Em reconhecimento de seu trabalho artístico, recebeu diversos prêmios nos mais conceituados salões de arte, destacando-se entre eles uma medalha de bronze no I Salão Nacional Bandeirantes de Artes (1986) e outra no II Salão Internacional de Artes Plásticas das Nações, em São Paulo (1987).

Entre as diversas exposições de que participou, destacam-se: Centro Cultural São Paulo (1984); I Salão Nacional Bandeirantes de Artes Visuais, São Paulo (1986); II Salão Internacional de Artes Plásticas das Nações, São Paulo (1987); Galeria Mont Serrat, Nova Iork, EUA (1998); "México Imaginário", Casa das Rosas, São Paulo; "Ópera Aberta", Casa das Rosas, São Paulo; e "Brazilian Euphoria", Latinarte Gallery, Miami Beach, EUA (2002).

Possui obras em diversas coleções particulares no Brasil e no exterior e no Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.

alesp