Opinião - A rede de influência de Cachoeira: não podemos ficar calados
Uma reportagem do programa Domingo Espetacular, exibido pela Rede Record, no dia 6/5, revelou que o contraventor Carlinhos Cachoeira exercia forte influência no editorial da revista Veja, publicada pela editora Abril. Segundo a matéria, uma investigação da Polícia Federal identificou ligações telefônicas entre Cachoeira e o jornalista Policarpo Júnior, responsável pela sucursal da revista no Distrito Federal. Nessas conversas, temas relacionados aos interesses do empresário do jogo do bicho eram inseridos no semanário, de forma a beneficiá-lo. A mesma investigação constatou que Carlinhos também mantinha um contato de interesses com o senador Demóstenes Torres, hoje sem partido, que após tais acusações passou a ser investigado pelo Conselho de Ética do Senado, o que poderá resultar na cassação de seu mandato.
O material apresentado no dominical da tevê Record repercutia a publicação da revista Carta Capital do mesmo final de semana, que comparava Roberto Civita, presidente da editora Abril, a Rupert Murdoch, empresário inglês da comunicação que teve de fechar um de seus jornais às pressas, após denúncias de meios ilegais para a realização de suas reportagens. O que mais tem me intrigado é que mesmo depois da divulgação do áudio das conversas entre Cachoeira e o jornalista Policarpo Júnior, não houve uma reação por parte da sociedade brasileira. Talvez até mesmo porque os dois veículos que abriram espaço para a denúncia, Rede Record e Carta Capital, não façam parte dos grupos de comunicação envolvidos nos interesses de Carlinhos Cachoeira.
O fato é que, se permitirmos que assuntos tão graves como estes se tornem normais aos olhos dos cidadãos de bem, contribuiremos cada vez mais para desvalorizar a imagem que eles têm dos políticos brasileiros. No dia 22/5, o contraventor Carlinhos Cachoeira permaneceu por mais de duas horas diante de deputados e senadores que compunham a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que leva seu nome, sem prestar um esclarecimento sequer. Ele invocou a Constituição, que garante que ninguém é obrigado a criar provas contra si, uma vez que ele não havia ainda prestado declarações à Justiça.
Até esse ponto tudo certo, devemos seguir o que a lei dita. Todavia, o cenário que se mostrou neste primeiro depoimento dele à CPMI é de envergonhar a qualquer parlamentar preocupado com os destinos do nosso país. Faço daqui, do Parlamento paulista, um convite a todos os brasileiros de bem, que cumprem com as suas obrigações, para que não deixemos mais uma vez que uma investigação como essa não obtenha resultados que possam colaborar na punição dos envolvidos nas denúncias de corrupção. Não é normal alguém que é investigado por mais de 15 delitos poder ditar a agenda do país. A ética, por mais lúdico que pareça, é sim o que deve reger as atitudes de cada um de nós.
*Milton Vieira é deputado estadual pelo PSD.
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