Realizou-se nesta quarta-feira, 23/5, no Auditório Franco Montoro, o seminário Parlamento Paulista na Rio+20, com o intuito de, calcado em discussões e debates entre o Poder Público, a iniciativa privada e a sociedade civil, debater e reunir propostas do Poder Legislativo paulista para a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável " Rio+20, que ocorrerá, no Rio de Janeiro, em 20 de junho próximo, 20 anos após a realização da Conferência sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento de 1992 " a Eco 92. Os debates deram-se em três painéis: Mudanças Ambientais Globais; Problemática Ambiental Urbana e, por último, Processos Participativos " Desafios para a Construção de um Novo Modelo. O evento contou também com exposição de fotos, de Sebastião Salgado, e exibição de filme, ambos voltados ao tema, mas seu objetivo principal foi a reunião das propostas oriundas do Parlamento paulista para serem apresentadas quando da realização da conferência. Três pilares Palavras dos deputados que compõem a Comissão do Meio Ambiente versaram sobre a Eco 92, a Rio+20, o desenvolvimento sustentável e seus três pilares: econômico, social e ambiental. Para o presidente da comissão, deputado Beto Trícoli (PV), "a sociedade poderá, com isso, mobilizar a população e a classe política para a construção do desenvolvimento sustentável. E tais desafios estão organizados em três temas: economia verde, erradicação da pobreza e governança, estrutura institucional que suporte o novo modelo". Disse ainda: "No Estado de São Paulo, a Assembleia tem o desafio de organizar-se para instalar tal modelo." Os parlamentares Ana do Carmo (PT), João Paulo Rillo (PT) e Roberto Massafera (PSDB) cumprimentaram a Comissão do Meio Ambiente pela iniciativa, comprometendo-se a participar ativamente da luta pela causa. João Paulo Rillo (PT) deixou claro: "Em 20 anos, esse é o trabalho mais importante da comissão, que extrapola partidos em nome do desenvolvimento sustentável de nossa cidade e de nosso país". "Esse debate subsidiará nossa participação na Rio+20. Mas gostaria de deixar claro que tudo o que fizermos hoje pelo meio ambiente será pouco no futuro", disse Massafera. E o deputado Carlos Bezerra (PSDB): "Vejo com bons olhos que, 20 anos depois da Eco 92, a luta pelo meio ambiente tenha superado as teorias sobre o urso panda e mico-leão-dourado, trazendo para o centro das discussões políticas reais o momento econômico e social que vivemos. É um grande avanço", disse. Hidrovias O deputado João Caramez (PSDB) afirmou: "É terrível o impacto ambiental causado pelo retrógrado modal de transporte rodoviário, maior fonte de emissão de gás, que leva ao efeito estufa, em um país como o Brasil, com a maior bacia hidrográfica do mundo, em que seria absolutamente viável a hidrovia, o modal mais econômico, seguro e menos poluente". Citou as greves nos transportes públicos, o trânsito e as errôneas políticas de isenção de impostos criada pelo governo federal. Feliciano Filho (PV), por sua vez, considera que "governos e sociedade não aderem ao que dizem os cientistas em relação aos danosos efeitos advindos da degradação do meio ambiente. Só que, se isso for comparado ao câncer, por exemplo, quanto mais tempo se passar, menor " ou nenhuma " será a possibilidade de cura." Citou ainda a influência negativa da pecuária de corte no que tange à futura escassez de água no planeta para consumo humano. Para Pedro Bigardi (PCdoB), "a Rio 92 foi uma referência político-ambiental no país e no mundo, tendo vindo para o Brasil logo após o crescimento de cidades em que haviam sido cometidos muitos erros " especialmente nas décadas de 1960 e 1970 " trazendo muito prejuízo aos setores ambientais". Compondo a mesa, além do presidente da comissão, Beto Trícoli, os deputados Ana do Carmo; Roberto Massafera; Feliciano Filho; João Paulo Rillo; Carlos Bezerra Júnior; João Caramez; Itamar Borges (PMDB); Ed Thomas (PSB); e Enio Tatto (PT); o secretário-adjunto de Saneamento e Recursos Hídricos, Rogério Menezes; e, da ONG Vitae Civilis, Aron Belinky. Na comissão de representação, Célia Leão (PSDB), Donisete Braga (PT), Sebastião Santos (PRB), Regina Gonçalves (PV), Orlando Bolçone (PSB) e Telma de Souza (PT). Participaram, como palestrantes, Marcelo Drugg Viana, da Câmara Internacional de Comércio; Carlos Bocuhi, do Conselho Nacional do Meio Ambiente; e Nelson Saule Jr., do Instituto Polis e da PUC São Paulo.