O 2º Fórum de Debate dos Transportadores Autônomos do Estado de São Paulo, realizado nesta quinta-feira, 31/5, teve o objetivo de discutir a segurança nas estradas e buscar alternativas para solucionar problemas como o alto número de roubos e infraestrutura viária insuficiente. O evento foi solicitado pelo 2º secretário da Assembleia, Aldo Demarchi (DEM), que está em viagem, representando a Assembleia em encontro da União Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais (Unale), em Natal (RN). "A frota de caminhões de transporte rodoviário brasileiro é considerada a vovozinha do planeta, gira em torno de 15 ou 16 anos", declarou o presidente da Associação Nacional dos Caminhoneiros (Antrac), Benedito Pantalhão. Além disso, a segurança nas estradas é precária, não há para o caminhoneiro um lugar seguro de repouso, livre de sobressaltos. Os flagelos que grassam no segmento vão do tráfico de drogas e de pessoas, à prostituição infantil, principalmente nas regiões mais carentes. "Falta policiamento ostensivo", lamentou o presidente da Antrac. "Isso tudo não deveria acontecer em um país cujo transporte é 100% rodoviário, pois ainda não existe outra alternativa para a condução de carga no país". Situação do caminhoneiro "A consequência do desmesurado gasto com o transporte rodoviário é tão impactante nos custos do caminhoneiro que ele tem cada vez menos condições de substituir seu velho caminhão por um mais novo", afirmou Pantalhão. O sindicalista explicou que, apesar de o profissional do volante pagar os impostos e taxas referentes aos encargos de seu veículo de trabalho, ainda tem que arcar com os custos de uma segurança privada, tanto da carga que carrega quanto de seu caminhão, uma vez que ambos são alvo de constantes roubos. "Isso sem falar no péssimo estado de conservação das estradas, o que também encarece a manutenção do veículo. Então, o dono do caminhão tem que trabalhar cada vez mais, ganhando cada vez menos. E tudo isso deságua no custo Brasil, que é alto", conforme observou. Para Pantalhão e os profissionais do segmento de transporte rodoviário, o Dnit, órgão que deveria controlar o segmento é omisso e não presta o serviço para o qual existe. Os serviços prestados pela autarquia se destinam a implementar a política do Sistema Federal de Viação nos modais rodoviário, hidroviário e ferroviário. Ao Dnit, também, competiria exercer as atribuições de coibir o excesso de peso e de velocidade nas rodovias federais. O órgão foi criado em 5 de junho de 2001, mas segundo o testemunho dos usuários do modal rodoviário, o desempenho da instituição deixa muito a desejar. Falta de interesse dos caminhoneiros Nelson Onishe, que coordenou o encontro, reclamou da falta de interesse dos profissionais do segmento e da ausência das autoridades encarregadas da segurança, apesar de todos terem sido convidados. Para ele, "o transportador não suportará por muito tempo (menos de dez anos) essa situação precária. Conforme os palestrantes, se o Dnit exercesse corretamente as funções para as quais se destina, já seria meio caminho andado em direção à solução.luiz Fernando, Luiz Paulo, Edson Onishi, Benedito Pantalhão, Waldomiro Milanesi e Francisco Wilde