Audiência pública para discutir o impacto da futura construção do monotrilho na Linha 17 " Ouro do Metrô, ligando o Aeroporto de Congonhas ao Morumbi, foi realizada nesta quinta-feira, 31/5, no auditório Paulo Kobayashi. O debate, coordenado pelo deputado Luiz Carlos Gondim (PPS), foi uma iniciativa do deputado federal Ricardo Izar Júnior (PSD), e contou com a participação do diretor e do gerente de Planejamento do Metrô, Mauro Biazzoti e Alberto Epifani, e de membros de associações de bairros da região, uns contra e outros favoráveis à obra. Ricardo Izar Júnior questiona a opção pelo sistema monotrilho, em detrimento do metrô subterrâneo, citando o impacto ambiental como uma das consequências da adoção do sistema. Alberto Epifani declarou que a intenção da empresa de transporte ao optar pelo monotrilho é fazer uma ligação entre métodos complementares " o metrô subterrâneo, de alta capacidade, e o metrô leve, de média capacidade, que faria a ligação entre as estações do metrô subterrâneo. "O ritmo de construção do metrô é lento e seu custo é alto. Optamos pelo veículo leve sobre trilhos (VLT), já que este tipo de deslocamento é de caráter perimetral, periférico, proporcionando grande índice de renovação e direcionalidade, facilitando o deslocamento da população", explicou. "Há falta de transparência nos procedimentos da implantação do sistema. O Metrô está usando atalhos para burlar a legislação, modificando o projeto inicial, que tinha em vista o estádio do Morumbi como sede da Copa de 2014, sem a apreciação dos órgãos competentes, e não apresenta as devidas justificativas e implicações destas modificações", declarou a economista Márcia Varioletti, do Movimento Defenda São Paulo. Vários membros de associações que compartilham a posição da economista portavam faixas com os dizeres: "Movimento Metrô Sim, Monotrilho Não", e "Metrô é a solução. Monotrilho é enganação". Paraisópolis Opinião contrária sustentou Gilson Rodrigues, da União dos Moradores e do Comércio de Paraisópolis, que compareceu com grande número de moradores da região daquele bairro e da Vila Andrade, Vila Sônia e Jardim Vitória Régia, entre outros. As faixas enunciavam: "Morumbi livre de trânsito" e "Sem monotrilho a zona sul vai parar". Segundo Rodrigues, a população local tem sofrido muito pela falta de transporte público, estando completamente isolada do restante do município. "Desde que soubemos que a Linha 17 " Ouro do Metrô não seria mais prioridade, devido à transferência do estádio sede da Copa 2014, nos mobilizamos e conseguimos 36 mil assinaturas para que o governo estadual olhasse para o transporte da nossa comunidade. Precisamos de uma solução rapidamente e somos favoráveis às desapropriações para este fim. O monotrilho vai atender diariamente 500 mil pessoas, trazer mais emprego e segurança. Peço ajuda dos parlamentares para a realização do projeto. Com relação ao traçado do monotrilho, Rodrigues afirmou que já houve diversas reuniões onde o tema foi discutido amplamente. "Não vamos abrir mão do monotrilho de forma alguma", finalizou. A audiência contou ainda com a intervenção de Deise Bonome, da Associação Cultural e de Cidadania do Panamby, contrária ao monotrilho, e Juliane Oliveira, da Associação de Moradores de Paraisópolis, favorável ao monotrilho. O debate promete continuar.