Recém-criada Aglomeração Urbana vê soluções de forma integrada O presidente da Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento (CFOP), Mauro Bragato, abriu os trabalhos da audiência pública na Câmara de Piracicaba, nesta segunda-feira, 18/6, com o objetivo de ouvir sugestões populares para o Orçamento estadual 2013. Bragato lembrou que a peça orçamentária chega ao Legislativo em setembro e que em 2013 o Orçamento já caminhará dentro da regionalização. Segundo Bragato, o montante do Orçamento 2013 ultrapassa a casa de R$ 170 bilhões. Roberto Morais (PPS), que representa a região na Assembleia Legislativa, informa que o Hospital Regional, que foi muito citado na reunião sobre o Orçamento em 2011, será equipado com recursos provenientes de emenda, o "que mostra a importância das audiências públicas". Vitor Sapienza (PPS) integra a CFOP e vê com tristeza a ausência de prefeitos. Porém, ele ressaltou que agora os cidadãos expressam melhor suas demandas, o que não acontecia nas primeiras reuniões da CFOP, em anos anteriores. "O processo democrático não tem fim", disse Antonio Mentor (PT). Para ele, a AU de Piracicaba é uma ferramenta importante nesse caminho. O presidente da Câmara de Piracicaba, João Lemos, o prefeito Barjas Negri e o técnico da Secretaria de Planejamento, Maurício Hoffman, também integraram a mesa de trabalhos. Para a região Para Barjas, a prioridade hoje são os temas de cunho regional, como o hospital que deverá atender a população da AU de Piracicaba. Levantou a necessidade de um aeroporto regional e pediu recursos para urbanização de favelas. Vereador Carlos Cavalcante, de Piracicaba, sugeriu a criação de três clínicas para atendimento a usuários de drogas, visando sua recuperação. Pediu ainda atendimento especializado em pediatria. Representante da Secretaria de Esportes, João Godoy, pleiteou um centro paraolímpico para Piracicaba e centro de treinamento de canoagem com pista no rio Piracicaba. Aparecida Vendramini, da Apampesp, afirmou que as áreas prioritárias estão em situação crítica. Pediu para os professores aposentados cumprimento da data-base e de outros direitos. O pleno atendimento do Iamspe no interior foi o pedido de José Maria Cancelliero, presidente do Centro do Professorado Paulista. Fátima Cely, vereadora de Cordeirópolis, reivindicou irrigação para os assentados de Rio Claro, que sofrem com falta de água. Também pediu um anel viário para Santa Gertrudes voltado à circulação da produção de cerâmicas. Participação popular Em defesa do meio ambiente, Ivan Castanheiro, pediu atenção para a questão do saneamento básico em Piracicaba e região. Adiantou que vai apresentar inquérito civil para acompanhar a instalação da AU de Piracicaba que, segundo ele, deveria ter participação popular. Marcos Perucci, assessor do deputado Gerson Bittencourt, lembrou que o Orçamento ainda precisa ser organizado de forma que não tenha partes vetadas pelo governador, prejudicando o que foi sugerido pela população. Eduardo Marques, do Fórum de Participação Popular, destacou que ainda falta transparência à gestão do Estado. Outra preocupação é que a região fique prejudicada quanto à regionalização, uma vez que tecnicamente no Orçamento, Piracicaba ainda pertence à região de Campinas. Convidou para um debate sobre regionalização na Assembleia, no dia 14/8. Piracicaba: um dos maiores polos do Estado Fundada em 1767 às margens do Rio Piracicaba, a cidade recebeu o nome do rio, vital para a região. No século 19, a agricultura focava o cultivo de cana-de-açúcar e do café, porém com o fim do ciclo do café e a queda constante de preços da cana-de-açúcar, a economia piracicabana estagnou-se. Esse quadro se reverteu quando a cidade passou a se industrializar, com fábricas ligadas ao setor metal-mecânico e de equipamentos destinados à produção de açúcar. Piracicaba tem o 47º PIB brasileiro e universidades de renome, como a Esalq. Os bairros de Santa Olímpia e Santana, o Horto Florestal de Tupi e o Balneário de Ártemis são áreas de preservação ambiental, enquanto que o Parque Professor Phillipe Westin e os parques situados às margens do Rio Piracicaba são pontos de visitação urbanos. O Salão Internacional de Humor de Piracicaba, por exemplo, é um importante festival de humor gráfico realizado anualmente no Engenho Central, antigo engenho tombado como patrimônio histórico e cultural. O vale do Rio Piracicaba começou a ser ocupado por descendentes de europeus durante o século 17, quando alguns colonos adentraram a floresta e começaram a ocupar as terras ao redor do Rio Piracicaba, praticando a agricultura de subsistência e exploração vegetal. Em 1776, a Capitania de São Paulo decidiu fundar uma povoação na região, que serviria de apoio à navegação das embarcações que desceriam o Rio Tietê. A povoação deveria ser fundada na foz do Rio Piracicaba com o Tietê, nas proximidades da atual cidade de Santa Maria da Serra, mas o capitão Antônio Correa Barbosa, incumbido de tal missão, decidiu-se por um ponto localizado a noventa quilômetros da foz do Piracicaba, lugar já ocupado por alguns posseiros e com melhor acesso a outras vilas da região, Itu. Em 1877, a cidade passou a ter ligação ferroviária da Companhia Ytuana de Estradas de Ferro com Itu e Jundiaí, via Capivari e Indaiatuba. Em 1900, Piracicaba tornou-se um dos maiores polos do Estado de São Paulo: era a quarta maior cidade. Com o declínio de Itu, Piracicaba tornou-se a principal cidade da região, que viria a se transformar na Região Administrativa de Campinas. A cidade de Campinas, naquela época, era menor e mais pobre que Piracicaba. A partir de 1970, foram tomadas iniciativas para alavancar a economia piracicabana. Foi construída a Rodovia do Açúcar, ligando a cidade à rodovia Castello Branco, o que serviria como uma nova rota de escoamento da produção. A rodovia Luiz de Queiroz foi duplicada até a rodovia Anhanguera.