Comissão debate problemas no transporte de cargas após rodízio

Caminhoneiros dizem que atividade está sendo prejudicada
20/06/2012 19:56 | Da Redação Fotos: Maurício de Souza

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Carlão Pignatari, Orlando Morando, João Caramez, Antonio Mentor, Gerson Bittencourt e José Zico Prado<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-06-2012/fg115419.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Carlos Panzan<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-06-2012/fg115420.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Chico Sardelli<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-06-2012/fg115421.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Laercio Lourenço<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-06-2012/fg115422.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Marco Antonio Assalve<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-06-2012/fg115503.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Convidados<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-06-2012/fg115504.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Francisco Pelucio, Flávio Benatti e Edmir Chedid<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-06-2012/fg115505.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Os impactos gerados pela implantação do rodízio de caminhões em São Paulo foram abordados na reunião da Comissão de Transportes e Comunicações da Assembleia Legislativa nesta quarta-feira, 20/6. Estavam presentes, além do diretor de Operações da Artesp, Marco Antonio Assalve, representantes de entidades de transporte de cargas e da Polícia Rodoviária.

"O Brasil passa pela marginal do Tietê", disse o presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo e Região (Setcesp), Francisco Pelucio, que afirmou ainda que o Rodoanel já não suporta todas as conexões entre as estradas. Também estão sendo implementadas restrições ao tráfego de caminhões nas cidades vizinhas à capital, em horários diferentes da restrição de São Paulo, o que está quase inviabilizando o transporte de cargas, tanto de passagem quanto de abastecimentno das cidades.

Para o presidente da Federação das Empresas de Transporte de Carga do Estado de São Paulo (Fetcesp), Flávio Benatti, o setor "não pode se dar ao luxo de ceder à demagogia barata de quem acha que simplesmente proibir tráfego resolve os problemas de trânsito, sem fazer qualquer investimento". Norival de Almeida Silva, presidente do Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens do Estado de São Paulo (Sindcam-SP) afirmou que os roubos de carga notificados aumentaram 39%, pois os caminhoneiros ficam parados nas margens das rodovias, o que inclusive fere o Código de Trânsito. "Essa administração Kassab desrespeita o transporte rodoviário e faz com que os caminhoneiro sejam malvistos pela sociedade", disse.



Gargalo logístico



Carlos Panzan, presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Carga de Campinas e Região (Sindcamp) considerou o rodízio uma medida política, não técnica, e que por ser sempre implantado em férias escolares, dá a impressão de que funciona pela natural redução de tráfego. Já o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte Comercial de Carga do Vale do Paraíba e Litoral Norte (Sindivapa), Laércio Lourenço, disse que não dá para abastecer São Paulo com pequenos caminhões. Representante do Sindicato de Empresas Transportadoras do ABC, Fabio Roberto disse que São Paulo está perdendo investimentos por conta do gargalo logístico causado pela restrição das entregas de produtos.

Os pronunciamentos dos deputados tiveram, em comum, críticas à falta de respeito do prefeito à Assembleia Legislativa, ao povo de São Paulo e à indústria " o secretário municipal de transportes não atendeu pela segunda vez ao convite da comissão. Criticaram também a falta de planejamento e de entrosamento com os demais prefeitos da Região Metropolitana e, principalmente, a falta de sensibilidade em relação aos riscos a que os motoristas ficam expostos por conta das medidas de restrição ao tráfego de caminhões.



Multas



Outros problemas levantados pelos deputados são: o impacto que a restrição gera nos custos dos transportes (horas-extras, maior número de funcionários etc.); a falta de sensibilidade do gestor público ao não incluir o transporte como parte da cadeia produtiva; não haver um olhar diferenciado para as macrorregiões; não haver centrais de abastecimento em número adequado; cada município ter seu próprio horário de restrição, confundindo motoristas e gerando multas (custo que é repassado ao consumidor).

Instado a falar, o coronel PM Hélio Verza Filho, do Comando do Policiamento Rodoviário de São Paulo, afirmou que, com relação à informação de Norival de Almeida Silva do aumento de 39% do roubo de cargas, o número não confere com o registro de roubos relacionados à restrição de tráfico de caminhões, que, segundo ele, é pequeno. "Mas concordo que o número de prisões por roubo de cargas e transporte de cargas ilegais vem aumentando. Ontem mesmo (19/6), oito toneladas de drogas foram apreendidas no Estado. O que vem sendo feito com relação a esse problema específico é uma reavaliação, de 15 em 15 dias, do nosso planejamento operacional. Há um trabalho integrado entre concessionárias, polícias rodoviária e administrativa, utilizando a tecnologia das OCRs (Optical Character Recognition) capazes de ler as placas dos veículos para melhorar a fiscalização das rodovias.



Punição aos receptadores



Para Benatti, o trabalho da polícia é eficiente, mas esbarra na legislação. Nesse sentido, ele informou que tramita na Casa o Projeto de Lei 885/2012, que penaliza o receptador de carga roubada. Chedid se propôs a falar com o presidente Barros Munhoz para que esse projeto entre na Ordem do Dia o mais rapidamente possível, o que efetivamente fez assim que terminou a reunião da comissão. Barros Munhoz recebeu a Chedid e Benatti, e se comprometeu a agilizar a tramitação do PL.

Participaram da reunião, além dos já citados, os deputados Orlando Morando (PSDB), Antonio Mentor (PT), Carlão Pignatari (PSDB), Chico Sardeli (PV), Gerson Bittencourt (PT), João Caramez (PSDB) e José Zico Prado (PT).

alesp