Innocêncio Borghese: os caminhos inéditos de um pintor esquecido no Espaço V Centenário O Espaço Cultural V Centenário hospeda desde 15 do corrente até 9 de julho 60 obras inéditas do pintor Innocêncio Borghese sob o título geral de "Caminhos". Trata-se de uma exposição coordenada por Argentina Carvalho Zichia tendo como curador Jorge Conti Filho descendente do ilustre pintor que estamos homenageando. Caçador de imagens, Borghese ocupou a maior parte de sua vida retratando os mais variados locais da capital paulista, como o Pateo do Colégio, o Parque Dom Pedro II, o antigo Palácio 9 de Julho bem como o Bairro do Limão e o Parque da Aclimação. Sua obra se constitui, sem dúvida, num importante levantamento iconográfico da terra paulista de ontem e de hoje e possui portanto um inestimável valor histórico e artístico. Segundo Pietro Maria Bardi, que o homenageou em 1975 com uma exposição no MASP, Borghese era um verdadeiro operário da pintura e conhecido no meio artístico como um dos últimos pintores que ia ao campo onde armava o cavalete e resumia em suas telas sua impressão tanto da natureza quanto da cidade. Por outro lado, o critico Quirino da Silva escreveu que: "Sendo o romântico que é, não poderia deixar de ser seresteiro: o violão é seu companheiro inseparável. Verifiquei que Borghese é o pintor da poesia e o poeta da pintura." O artista Borghese, pseudônimo artístico de Innocêncio Cabral Borghese, nasceu em São Paulo a 21 de junho de 1897 onde faleceu em 1985. Foi um autodidata, frequentou o atelier de Salvador Parlagreco e conviveu com o grupo de pintores que formou a elite do academismo nacional, desde Parreiras à Carlos Oswald, Batista da Costa e Luis Graner e tantos outros pintores. Homem eclético, dotado de incomum sensibilidade, não se limitou apenas à pintura mas também à musica, poesia e ao ensino de desenho e pintura na Escola Paulista de Belas Artes, conquistando em sua jornada, inúmeros discípulos. Realizou inúmeras exposições individuais e obteve diversas premiações a partir de 1935 quando recebeu menção honrosa pelo Salão Paulista de Belas Artes e medalha de bronze em 1948 e vários prêmios de aquisição pelo Governo do Estado.