Gestão da USP e financiamento do ensino superior são debatidos por deputados e especialistas

Atuação do reitor da USP é criticada por entidades, que temem processo de privatização
27/06/2012 19:00 | Da Redação: Monica Ferrero Fotos: Roberto Navarro

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Magno de Carvalho, Luiz Eduardo Greenhalgh, Cesar Minto, Carlos Giannazi, Simão Pedro, Leci Brandão e Felipe Faria<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-06-2012/fg115836.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Auditótio<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-06-2012/fg115837.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Carlos Giannazi e  Simão Pedro<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-06-2012/fg115838.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Leci Brandão e Felipe Faria<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-06-2012/fg115839.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Deputados da Comissão de Educação e Cultura da Assembleia Legislativa realizaram, no dia 27/6, um debate sobre a criminalização dos movimentos sindical e estudantil nas universidades estaduais paulistas e o financiamento destas universidades e do Centro Paula Souza. Segundo o presidente da comissão, deputado Simão Pedro (PT), a reunião foi reivindicação do Fórum das Seis, entidade que congrega as entidades sindicais e estudantis da Unesp, Unicamp, USP e do Centro Paula Souza (Ceeteps).

"Em 2012 não é possível existir mordaça. Não podemos aceitar que estudantes e funcionários, na busca de seus direitos, sejam tradados como marginais", disse Leci Brandão (PCdoB). Segundo a deputada, a USP também não respeita a lei das cotas raciais. Marcos Martins (PT) solidarizou-se com a comunidade da USP.

"Na USP não há reitor, há um xerife indicado pelo ex-governador Serra apesar de não ter sido o nome mais votado pela comunidade", afirmou Carlos Giannazi (PSOL).



Clima de terror



Advogado do sindicato dos funcionários há duas décadas, Luiz Eduardo Greenhalgh afirmou que nem na época da ditadura militar houve tamanha perseguição a alunos, professores e funcionários da USP. "A gestão do reitor João Grandino Rodas", continuou Greenhalg, "expulsa alunos e demite servidores com base em boletins de ocorrência, o que é um absurdo no mundo jurídico. A USP vive hoje num sistema policialesco, onde a segurança é capitaneada por três coronéis da Polícia Militar".

Também expuseram a situação na USP César Minto, coordenador do Fórum das Seis; Felipe Faria, do DCE Livre da USP; e Magno Carvalho, diretor do Sintusp. Segundo Carvalho, o que está por trás das ações da gestão Rodas é o projeto de privatização da USP, onde já existem cursos pagos e está havendo a substituição de funcionários por terceirizados.



Questão do financiamento



Professor do Instituto de Física da USP, Otávio Helene apresentou um diagnóstico sobre o financiamento das universidades estaduais paulistas. "A educação superior recebe em média 0,5% do PIB estadual, embora na prática a graduação fique apenas com 0,25%. Há no Estado de São Paulo, nas últimas décadas, um abandono da educação pública em geral".

Segundo Helene, 87% do ensino superior paulista se dá em faculdades particulares, contra a média de 75% no Brasil. Esses cursos também são em sua maioria de gerenciamento e administração, e buscam clientes onde há renda, não necessidade social. Houve aumento do número de vagas, mas esse incremento foi menor que o crescimento populacional e que necessidade da população. Isso fez com que São Paulo perdesse espaço na produção de bens e serviços por falta de formação de força de trabalho.

A seguir, foi aberto debate com o público presente sobre a situação na USP e a questão do financiamento da educação.

alesp