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Opinião: Política fiscal: o macaco está certo?

"Não nos cansamos de criticar a postura da economia chinesa, mas nos esquecemos da política predatória interna, que também provoca seus estragos"
29/06/2012 16:53 | Vitor Sapienza*

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Diz um velho ditado, muito comum em nosso interior, que o macaco costuma sentar-se sobre o próprio rabo enquanto fala mal do rabo dos outros. Pode ser até fora de hora, fora do contexto, mas não poderíamos deixar de usar o provérbio quando analisamos a situação atual do nosso país, principalmente do Estado de São Paulo.

Vamos ao exemplo mais recente: quatro frigoríficos avícolas fecharam as portas, no interior paulista, levando ao desemprego cerca de 5 mil pessoas, por não conseguirem suportar a pressão da guerra fiscal existente contra o Estado de São Paulo. E essa mesma guerra fiscal vem provocando sangria de cerca de R$ 10 bilhões em nossos cofres, conforme constatou a Comissão Parlamentar de Inquérito levada a efeito na Assembleia Legislativa há alguns anos.

Voltemos ao ditado. Nós " incluindo-se este deputado " não nos cansamos de criticar a postura da política econômica chinesa, que se aproveita das brechas existentes em nossa legislação e despeja milhões de produtos, muitos deles de qualidade duvidosa, em nosso mercado, provocando a desindustrialização e promovendo o desemprego. Falamos deles, que se aproveitam nossa falha política fiscal, e nos esquecemos da política predatória interna, que também provoca seus estragos. Só que, neste caso, fingimos ignorar o problema ou mostramos nossa omissão. E pagamos as consequências disso.

Resta a perguntinha, irônica, mas oportuna: qual a diferença entre essa postura e a do macaco?



*Vitor Sapienza é deputado estadual (PPS), presidente da Comissão de Ciência, Tecnologia e Informação, ex-presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, economista e agente fiscal de rendas aposentado.

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