Balanço - 1º Semestre 2012 - Comissão de Direitos da Pessoa Humana busca defesa da cidadania

Oitivas envolveram casos de trabalho escravo e maus tratos a crianças
12/07/2012 17:55 | Da redação Vera Boldrini

Compartilhar:

A Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana da Cidadania<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-07-2012/fg116214.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Patrick Cacicedo, Tatiana Mendes Simão, Carmem Silva de Moraes, Adriano Diogo, Beth Sahão e Henrique Carlos Gonçalves <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-07-2012/fg116215.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

A Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana da Cidadania, da Participação e das Questões Sociais (CDD), atualmente sob a presidência do deputado Adriano Diogo (PT), ouviu, neste primeiro semestre de 2012 pessoas e autoridades com o interesse de tomar conhecimento sobre ações discriminatórias ou preconceituosas de qualquer natureza, buscando a defesa de cidadania.

Destacamos dentre essas oitivas a que se referiu ao caso da parturiente Elisângela Pereira da Silva, presa por furto de pequena monta e que foi mantida algemada à cama após dar a luz, em 28/1, no Hospital Estadual Professor Carlos da Silva Lacaz, em Francisco Morato. Embora a paciente estivesse sob a custódia do Estado, o fato de permanecer algemada ofendeu a dignidade da pessoa humana e o Código de Ética Médica, segundo ressaltaram integrantes da comissão e as autoridades médicas ouvidas sobre o assunto.

Outro caso que chamou a atenção da comissão foi a denúncia de suposta exploração de trabalho escravo na obra de ampliação do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo. O problema ocorreu na subcontratação da empresa Genecy da Silva Leite, do empreiteiro Clemilton Oliveira. A fiscalização do Ministério do Trabalho constatou, além das precárias condições do alojamento, que os 11 pedreiros e serventes oriundos do Maranhão estavam presos, por dívidas, a Genecy. Integrantes da comissão manifestaram-se, na reunião de 8/5, em favor da votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do Trabalho Escravo, naquela oportunidade ainda em tramitação no Congresso Nacional.

Também teve repercussão a ação policial na reintegração de posse de extenso terreno ocupado por famílias, no bairro do Pinheirinho, em São José dos Campos. Os maus tratos a crianças e adolescentes durante a ação, foram denunciados por mães e avós que estiveram na audiência pública que a comissão realizou naquela cidade, em 16/4. Seus relatos deram conta de que as crianças foram arrancadas da cama pelos policiais e que as mesmas presenciaram o uso de balas de borracha, cães e gás lacrimogêneo para que as casas e barracos fossem desocupados.

Os pequenos perderam roupas, brinquedos, fotos e material escolar, sendo que alguns viram seus cães de estimação serem mortos a tiros pelos policiais. Devido à desocupação repentina, crianças e adolescentes perderam vagas nas escolas. Bebês ficaram sem fraldas, leite e mamadeiras.

Segundo o coordenador da audiência, deputado Marco Aurélio (PT), a ação no Pinheirinho "rasgou o Estado de Direito, o Estatuto do Idoso, da Criança e do Adolescente, sem contar o direito dos animais".

alesp