Com 75 anos de existência e considerado uma das referências em São Paulo no tratamento de dependentes químicos (crack, cocaína, álcool e outras drogas) o Instituto Bairral de Psiquiatria, com sede em Itapira, oferece desde 2009, por meio de convênio com a Secretaria da Saúde, 105 leitos destinados aos pacientes do SUS (35 para usuários de crack e 70 para viciados em álcool). Desde o dia 25/7, o convênio passou disponibilizar mais 95 vagas: 15 para gestantes, que serão tratadas na mesma unidade onde vem sendo realizado o tratamento pelo SUS, e 80 para adultos do sexo masculino, na nova Comunidade Terapêutica Rural Santa Carlota, também no município de Itapira. A nova unidade terapêutica " gerida em parceria pela Unifesp, pelo Instituto Bairral e pela Secretaria da saúde e totalmente financiada pelo governo do Estado " foi inaugurada no dia 25/5, em cerimônia que contou com a presença do governador Geraldo Alkmim, do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Barros Munhoz, do secretário de Estado de Saúde em exercício, José Manoel Teixeira, e do presidente da Fundação Espírita Américo Bairral, Alberto Rosatto, entre outros. Segundo Barros Munhoz, "hoje sabemos que não basta prevenção ou mesmo a internação dos dependentes. Tem de haver um conjunto de ações que propicie uma melhora considerável do usuário, diminuindo assim as possibilidades de recaída". Munhoz frisou que o Instituto Bairral é referência na área psiquiátrica, e que, com seus 75 anos de história, sai na frente mais uma vez com a implantação da Comunidade Terapêutica Santa Carlota. Geraldo Alckmin destacou o pioneirismo da iniciativa no país, classificando a comunidade como "um grande passo no combate às drogas". "Já tínhamos 105 vagas, agora são 200 leitos em uma das instituições mais respeitadas, sérias e com enorme experiência na área". A nova unidade terapêutica " que conta com a coordenação de Maurício Landre, especialista em dependência química pela Unifesp, e a supervisão de Ronaldo Laranjeira, professor titular da Unifesp e coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Políticas Públicas do Álcool e outra Drogas " destina-se a dependentes químicos que já passaram pelo tratamento com internação no serviço público do Estado e não tem suporte familiar ou social. Como os pacientes estão em período de abstinência e desintoxicação, e nessa fase é comum haver recaídas, a unidade funciona como uma "moradia transitória". Na comunidade, os pacientes podem participar de cursos profissionalizantes, como técnico agrícola ou técnico em guia de ecoturismo.