Museu de Arte do Parlamento de São Paulo - Renato Blaschi


01/08/2012 10:19 | Emanuel von Lauenstein Massarani

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Renato Blaschi<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-08-2012/fg116533.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> O ser<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-08-2012/fg116532.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> O ser<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-08-2012/fg116511.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Manifestar a solidão como condição humana natural parece ser uma preocupação do escultor Renato Blaschi. A dramaticidade de tal condição em suas esculturas é muito clara, porque não é expressa por intermédio de gestos abertamente provocadores, mas por meio de uma tensão retida e comprimida dos próprios gestos.

Dentro dessa escolha e usando a modelagem no barro ou no cimento, o artista cria formas humanas que tendem a sair da própria matéria por meio de uma tensão dirigida para dentro e valorizando os detalhes anatômicos que Michelângelo evidenciava realisticamente criando um movimento real. Esse movimento rotatório fechado nós o encontramos expresso com liberdade.

Renato Blaschi é um poeta que consegue transmitir, através de um realismo quase lírico, todo aquele mundo que somente um verdadeiro artista pode vivenciar. Ao interpretar o ser humano, o artista nos propõe uma linguagem nova, desvinculada do academismo e com vida autônoma. Preferindo o singular "a figura só e isolada", ele exprime uma mensagem global com imperceptíveis mutações nesse "único".

Trata-se de uma liberdade condicionada pela solidão da figura, que se apresenta muitas vezes como uma elipse. Blaschi possui o culto da interiorização, da harmonia e da fé na arte, entendida no seu significado mais nobre. Nele predomina o significado transcendente, pois sua escultura suscita emoção e palpita como um ser vivente.

Modelando o barro ou o cimento, consegue infundir em sua corporiedade fermentos espirituais e tremores de luz. Seu potencial crescente o levará, sem dúvida, a realizações que repetirão o milagre obtido por grandes escultores do passado.

Guiado por um intenso estado emotivo, sente necessidade de modelar em profundidade, de desgastar até o menor extrato da matéria. O plasma a transforma até interiorizar a forma.

Não é o instante criativo que freneticamente mexe as fibras do homem nas figurações improvisadas. Há necessidade de aprofundar as pesquisas, de aprofundar a matéria, dar-lhe movimento, revesti-la de sacralidade. A intenção de alcançar a perfeição diminui a tensão e a participação é total.

Na escultura em cimento intitulada O Ser, doada ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, o artista contempla religiosamente a realidade. Nela imbui sabedoria e faz emergir a fantasia para preencher seus sonhos. É um contínuo chamamento introspectivo que o faz descobrir no íntimo insólitas capacidades criativas.



O artista

Renato Blaschi, pseudônimo artístico de Renato Orlandi Blaschi, nasceu em Santos, em 1975. Reside atualmente em São Paulo, onde se formou, com menção honrosa, pela Escola Panamericana de Arte, em 1991, e pela Escola Superior de Propaganda e Marketing, em 1996. Nesse mesmo ano, ingressou no mercado publicitário, trabalhando com efeitos especiais e animação.

Em razão de sua vocação pelas artes, a partir de 2001 seguiu cursos de modelagem e escultura com o professor Israel Kislansky, talha de madeiro com Rubens Matuck e pintura realista com o consagrado artista Maurício Takiguthi.

Após completar seus estudos linguísticos, de inglês e de italiano na Universidade de Cambridge, Inglaterra, realizou diversas viagens de estudo pela Europa, especialmente na França, Holanda, Itália e República Tcheca, onde entrou em contato com a obra dos grandes mestres da arte, bem como com a arte contemporânea dos círculos alternativos. Tais contatos fizeram vir à tona o desejo de conhecer as técnicas e as tradições da arte ocidental e suas relações com a arte atual, juntamente com outros campos de linguagem, como história em quadrinhos, filosofia e música.

Participou de diversas exposições individuais e coletivas, destacando-se entre elas: Espaço Cultural Cândido Portinari, na Assembleia Legislativa de São Paulo (2005); Espaço Cultural Blue Life e Espaço Cultural da Caixa Econômica Federal, São Paulo (2006).

Possui obras em diversas coleções particulares e oficiais no exterior, no Brasil e no Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.

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