Moradores de Andradina solicitaram prédio próprio para o atendimento do IML



O presidente da Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento, Mauro Bragato (PSDB), abriu a audiência pública desta sexta-feira, 10/8, na Câmara de Araçatuba, realizada para debater com a população da região o Orçamento estadual 2013. As autoridades que integraram a mesa de trabalhos falaram na primeira parte da reunião.

Bragato explicou que há oito anos a Assembleia Legislativa promove anualmente esses debates em todo o Estado, de forma a ouvir as sugestões dos cidadãos para aprimorar o Orçamento estadual. "Para 2013 a previsão orçamentária é de cerca de R$ 173 bilhões", informou Bragato, ressaltando que o trabalho da CFOP nas audiências públicas se dá de maneira suprapartidária.

O presidente da Câmara de Araçatuba, Cido Saraiva, agradeceu pela oportunidade de os moradores de Araçatuba poderem apresentar suas demandas à comissão.

O deputado Itamar Borges (PMDB) lembrou que se hoje a população tem esse instrumento de participação, é graças ao empenho dos deputados da CFOP. Há a expectativa de que o que foi colocado aqui seja contemplado, mas nem sempre o resultado é imediato. O parlamentar esclareceu que foi autorizada a demolição da estrutura abandonada que seria o Hospital Modelo para liberar o terreno para construção do anexo do fórum local e instalação do Deinter. Itamar também luta pela transformação da cidade em estância turística e pela instalação de um curso de medicina em Araçatuba.

As demandas de Araçatuba foram apresentadas pelos vereadores da cidade. Edval dos Santos pediu melhoria e duplicação da rodovia Eliezer Magalhães até o porto e instalação de ponte metálica na vicinal entre Araçatuba e Guararapes. Segundo ele, um convênio nesse sentido já havia sido assinado, mas o Estado não teria cumprido sua parte. Ele ressaltou que a região contribui muito para a arrecadação estadual e que tem pouco retorno em investimentos públicos.

Sua colega Tieza Marques pleiteou a recuperação de prédios históricos, como a antiga cadeia pública, uma política séria de proteção aos animais, melhoria do sistema viário rural, combate ao aumento do número de usuários de drogas e instalação de uma faculdade de medicina.

Marisa Benatti, presidente da Associação de Proteção aos Animais de Araçatuba, solicitou a criação de uma delegacia de proteção aos animais, tendo em vista o alto índice de maus tratos a animais na cidade.

Paulo Rodrigues, da Associação dos Funcionários do Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Afitesp), destacou que o trabalho dos técnicos do Itesp é fundamental para a regularização fundiária, assim ele pleiteou melhorias salariais para a categoria e mais recursos para a entidade.



Andradina



Uma comitiva de Andradina se manifestou para apresentar reivindicações. O vereador Edgar Dourado solicitou a instalação de unidade do IML naquela cidade, mais recursos para a santa casa, centros sociais e urbanos para bairros de Andradina, ampliação do AME e instalação de uma Fatec, entre outros. Pedro Bentivoglio explicou a importância da instalação de um prédio próprio para o atendimento do IML na região de Andradina. A perita criminal Marilu Satiko enfatizou a questão do IML.



Praça do Boi Gordo



Araçatuba conta com cerca de 200 mil habitantes, é sede de região administrativa e a 2ª maior cidade do Oeste Paulista. Próxima do rio Rio Tietê, é a primeira cidade não ribeirinha do Estado a captar água diretamente desse rio. A cidade ainda está sobre o aquífero Guarani, a maior reserva de água doce do mundo, e é cortada pelo Ribeirão Baguaçú, que abastece parte do município. Em Araçatuba, 100% do esgoto é tratado antes de ser lançado nos cursos de água.

Em 2010 foi assinado contrato para a construção de um estaleiro para transporte de etanol pela hidrovia Tietê-Paraná, que iniciará suas operações em 2013. Por esse projeto de transporte de combustível de forma limpa, Araçatuba recebeu em 2011 o prêmio 100 Cidades Mais Sustentáveis.

A pecuária é a atividade mais importante da cidade e a tornou conhecida no país como Capital do Boi Gordo em razão das negociações da arroba do boi realizadas na praça Rui Barbosa. Araçatuba é também um polo universitário e gastronômico da região noroeste do Estado.

A história de Araçatuba está ligada intrinsecamente à construção da estrada de ferro Noroeste do Brasil, que no início do século fez parte de uma política que visava a interiorizarão do país e sua ligação com outros países da América do Sul, com a construção do trecho que ligava Bauru à cidade de Itapura, localizada nas barrancas do rio Paraná. Em 2 de dezembro de 1908, os trilhos chegaram até o km 280, onde foi montado um acampamento, do qual nasceu a cidade de Araçatuba, em torno de um vagão que servia provisoriamente de estação. Pela boa qualidade das terras da região, muitas famílias de agricultores ali se instalaram.

No início dos anos 1920, Araçatuba, apesar do bom desenvolvimento, ainda pertencia à comarca de Penápolis. Em 8 de dezembro de 1921, foi promulgada a Lei estadual 1812, que concretizava a autonomia. Em 19 de fevereiro de 1922, deu-se a instalação da comarca municipal e a posse dos primeiros vereadores.

O município foi se desenvolvendo, e passou por vários ciclos econômicos. O primeiro foi o do café, depois o do algodão e, a partir dos anos 1950, veio o da pecuária.

Nas análises de economistas, Araçatuba é a região que apresenta um maior potencial para desenvolvimento, em todo o Estado, graças a fatores como a presença do gasoduto Brasil-Bolívia, da hidrovia Tietê-Paraná, do aeroporto de padrão internacional e da ferrovia Novo Oeste.