Investimentos na segurança também são necessários, por conta da alta criminalidade A Câmara de Franca sediou a audiência pública da Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento (CFOP) nesta quinta-feira, 16/8, sob a presidência de Regina Gonçalves (PV). Na mesa, também estavam presentes os deputados Gilson de Souza (DEM) e Olimpio Gomes (PDT), os vereadores de Franca Laércio Matias (vice-presidente da Câmara), Marcelo Valim, Paulo Afonso Ribeiro e Silas Cuba, e o técnico da Emplasa Maurício Hoffman. "Esta é uma forma de aprimorar as sugestões que se tornarão emendas ao Orçamento do Estado", disse Regina, referindo-se à oitiva feita pela CFOP das demandas apresentadas pelos cidadãos da região. Gilson de Souza, que representa a região na Assembleia Legislativa, lembrou que a cidade conta com um único hospital público, a santa casa, que está ameaçada de fechar as portas por falta de recursos. "Há necessidade de se construir um novo hospital, que seria um braço do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto." Para Olimpio, a população tem de se mobilizar. "Desde abril o Estado deixou de fazer os repasses para o único hospital da cidade. Isso é uma irresponsabilidade." Outro exemplo de má gestão, segundo Olimpio, é a deficiente infraestrutura do conjunto habitacional da CDHU, City Petrópolis. A moradora Marlene Alves reforçou o tema. Reivindicações da vereança Os vereadores de Franca aproveitaram a oportunidade da audiência pública para trazer diversas reivindicações. O vice-presidente Matias afirmou que os setores prioritários na cidade estão com problemas e precisam de recursos, sobretudo, a segurança pública, tendo em vista o aumento da criminalidade na região. Valim também falou em segurança, pedindo mais viaturas e efetivo policial, por conta do aumento da violência na cidade. Duplicação da rodovia Fabio Talarico, soluções para o custeio da santa casa e reforma de conjuntos da CDHU foram algumas sugestões do vereador Ribeiro, que lembrou também os graves problemas da saúde pública local, onde 12 mil pessoas esperam na fila de cirurgias eletivas. Silas Cuba reforçou o pleito do conjunto City Petrópolis e da santa casa. Sugeriu ainda escolas em período integral e a construção de um centro de atendimento a jovens dependentes químicos, uma vez que o Estado não disponibiliza esse serviço na cidade. Orgânicos e animais A produção de orgânicos cresce na região de Franca, bem como o número de animais abandonados. O repórter Antonio Padinha solicitou verbas para santa casa e construção de um novo hospital público, pleiteou campanha de educação ambiental, inclusão de alimentos orgânicos na merenda escolar, despoluição de curtumes de couro e de córregos, contaminados com cromo, verbas para a santa casa e construção de um novo hospital público, e ainda um festival cultural na cidade. José Alexandre também abordou a questão dos orgânicos, sugerindo a criação de um polo econômico voltado à produção desses itens. Da Associação É o Bicho, Aleni Papacídero pediu a inclusão de serviços veterinários no programa Nota Fiscal Paulista, bem como verbas para castração e atendimento veterinário. Ela ainda denunciou maus tratos no canil municipal. Pedestres, museu e dependentes Gerson de Paulo pediu providências na defesa dos pedestres de Franca, onde o índice de atropelamentos é maior que na capital do Estado. Angela Pimenta solicitou mais recursos para o setor cultural, principalmente o Museu Histórico de Franca, com 116 anos e que desde 1990 está sem manutenção. Julio Martiniano, presidente da Bicho do Mato Aventura, ressaltou que o esporte precisa de incentivo porque ele é uma alternativa para os jovens não entrarem no caminho das drogas. Ele ainda propôs a construção de ciclovias, de forma a diminuir a poluição. Caminho de Goiás Franca destaca-se no setor da indústria de calçados masculinos, mas as indústrias já estão dando atenção ao marcado feminino. O café também é importante na economia da cidade, cultura que atraiu ao município muitos imigrantes italianos, no início do século 20. Foram eles que montaram a primeira indústria calçadista de Franca, tornando-a a capital nacional do calçado masculino. A história da região próxima aos rios Pardo e Sapucaí, antes conhecida por Sertão do Capim Mimoso, tem início com a bandeira do Anhanguera (o filho), em 1722. Ele construiu o Caminho de Goiás, que ligava a cidade de São Paulo até as minas de ouro de Goiás, que então pertencia à Capitania de São Paulo. Surgiram no caminho pousos de tropeiros, onde os paulistas paravam para descansar durante as viagens em busca de ouro pelo interior do Brasil. O pouso que originou Franca era conhecido por Pouso dos Bagres. Em 1779, cerca de 100 pessoas moravam no sertão do rio Pardo, pertencente à vila de Mogi Mirim. O português Manoel de Almeida ordenou o povoado. No início do século 19, seus filhos doaram terras para a construção de uma capela. Mineiros e goianos, com a decadência da mineração em suas regiões, começaram a se instalar no Sertão do Rio Pardo, por incentivo do governador-geral da Capitania de São Paulo, Antônio da Franca e Horta, ao qual se deve o nome da cidade. Esses pioneiros reivindicaram a crição de uma freguesia, a de Nossa Senhora da Conceição da Franca, em 1805. Em 1821, Minas Gerais tentou anexar a região, mas houve resistência dos francanos, conforme consta no lema do brasão da cidade: Genti Meae Paulistae Fidelis (Fiel à Minha Grei Paulista).