Museu de Arte - Gisele Ulysse: harmonia entre desenho e cor na formulação narrativa sobre cenas indígenas


22/08/2012 10:26 | Emanuel von Lauenstein Massarani

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"Adolescência"<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-08-2012/fg117219.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> "Xavantes tocando flauta"<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-08-2012/fg117220.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Gisele Ulysse<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-08-2012/fg117222.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

A pintura é, antes de tudo, uma arte concreta, positiva e controlável em cada aspecto. Arte em grego se diz "tékne", que quer dizer técnica, "metier". Hoje, ambas as palavras, com referência à pintura, são consideradas por certos modernistas algo de quase ofensivo, enquanto a obra dos mestres antigos até fins do século XVIII prova exatamente o contrário. É o que compreendeu a artista Gisele Ulysse, cuja pincelada desliza exata e ágil, transmitindo a impressão de quão rápido o espetáculo natural determina o seu espírito.

Sua arte parece estar sintetizada e englobada por uma conhecida frase de Gauguin: "No homem como no pintor cada coisa é um exemplo". A realidade é, de fato, o "exemplo" onde a pintora atinge a matéria para criar obras que constituem o melhor exemplo de estética contemporânea e onde ela mesma transparece.

Assumir o tema pictórico pré-selecionado constitui uma atitude segura e sem dispersões anedóticas por parte da artista, em cujas imagens encontramos um preciso imediatismo e um claro respiro. As várias cores, sutis e elegantes, que penetram na trama pictórica, fazem ressoar o inteiro tecido cromático.

A transparência da cor e o firme desenho fazem, por sua vez, viver as formas do tema no espaço, estabelecendo proporções e prospectivas para que o ar circule ao seu redor dando vida a cada personagem em foco.

Preocupada com a preservação e em contribuir para um maior conhecimento das populações indígenas, Gisele Ulysse sabe traduzir suas idéias para o plano emocional usando sua técnica de pintora. A artista poderia descrevê-las como um escritor, com igual eficácia "porque as ideias não se inventam", mas preferiu usar seu pincel para transmiti-las.

Em "Adolescência" e "Xavantes tocando flauta", obras doadas ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, a pintora que dedica sua vida artística a criar exclusivamente motivos indígenas, revela sua adesão harmoniosa ao desenho e à cor, onde é possível colher momentos de formulação diretamente narrativa e de livre modulação.



A artista



Gisele Ulysse, pseudônimo artístico de Gisele Regina Ulisse Nunes, nasceu em Jundiaí, em 1972. Desde os oito anos desenha e pinta. Formou-se em artes plásticas pela Escola Panamericana de Artes e cursou especialização pela Universidade Estadual Paulista (UNESP).

Antes de se iniciar na pintura, dedicou-se ao desenho. Partindo da figura humana, sua pintura enfatizou figuras humanas e faces, principalmente retratos do povo brasileiro, com enfoque especial aos nossos índios e suas culturas.

Participou, entre outras, das seguintes exposições: Escola Panamericana de Artes, SP (1992); "Pão e Poesia I", Parque Antônio Carbonari, Jundiaí, SP (1993); Centro das Artes, Jundiaí, SP (1994); Oficina de Artes, Maxi Shopping, Jundiaí, SP (1995, 1996 e 1997); Shopping Paineiras, Jundiaí, SP (1996); 1998 Associação dos Engenheiros, Jundiaí, SP; XII Salão de artes Plásticas de Amparo, SP; I Salão de Artes Lar Center, SP; I Mostra de Artes Plásticas, Museu Histórico Solar do Barão, Jundiaí, SP; Salão de Artes da TV Educativa, Jundiaí, SP; XII Salão de Artes Plásticas de Amparo, SP; I Salão de Artes Lar Center, SP (1998); II e IV Salão de Artes Plásticas, Caraguatatuba, SP (1999 e 2001); Mapa Cultural Paulista, Amparo; "Arte na Cidade", Salão Cecília Meirelles, Jundiaí, SP (2000); III Salão de Artes Plásticas, Itapetininga, SP; XIV Salão de Artes Plásticas de Ilhabela, SP; Galeria Mali Villas Boas, SP; Galeria Bric a Brac, SP (2001); New Century Galery, Nova York, EUA; Center Vale. Shopping, São José dos Campos, SP (2002 e 2003); Centro Cultural Tao Sigulda, Campo Limpo Paulista, SP (1997 e 2002); Salão de Artes "Darcy Penteado", São Roque, SP; Homenagem a Portinari, Brodósqui, SP; Talento Brasileiro, SEBRAE, SP; Galeria Canvas, Hilton Morumbi, SP (2002 e 2003); "Palais Palffy", Viena, Áustria; Galerie Expression Libre, Paris, França; Museu Nacional de Belas Artes, RJ; Espaço Belas Artes, Blumenau, SC (2002 e 2003); Arte e Cultura em Terra Firme, Punta Del Este, Uruguai; Casa da Fazenda, SP; "Raízes", Arte Café, Jundiaí, SP; "Projeto Arte", Vinhedo, SP; "Arte em Portugal", SP; VII Salão ANAP, Poços de Caldas, SP; 16º Salão de Arte da Associação Comercial de Pinheiros, SP (2003); 26º Festa da Uva de Jundiaí, SP; Arte Sol Gallery, Zurich, Suíça; III Mostra Lions Club, Vinhedo, SP (2004).

Um dos seus últimos trabalhos recebeu o 1º lugar no salão "Arte em Portugal", promovido pela Galeria Cassiano Araújo, o Prêmio "Ruth Escobar", com uma viagem para Portugal.

Os quadros de Gisele Ulysse estão expostos em galerias de São Paulo, de outros estados e nos Estados Unidos, Suíça e Alemanha.

Suas obras se encontram em coleções particulares no Brasil, no exterior e no Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.

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