Museu de Arte - Ferracioli: paisagem como expressão e resolução de uma verdade poética interior


30/08/2012 10:46 | Emanuel von Lauenstein Massarani

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"Dimensão da composição"<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-08-2012/fg117540.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Ferracioli<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-08-2012/fg117541.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

A imensa atração que Ferracioli sente pela natureza determina uma relação direta no pintor que consegue absorver a essência seja na estrutura material dos elementos, seja na estrutura formal das atitudes. A fusão homogênea dos componentes dessa sensibilidade é de imediata percepção para quem se aproxima de suas obras, que suscitam nobres sentimentos aos quais, possivelmente estamos desabituados em face da confusão que nos cerca e da vida frenética que vivemos.

Grande é a atenção do pintor sobre a estrutura inteira de uma planta, de uma florescência, porque essa distribui um ambiente a sua presença de poético emblema, exatamente onde a áurea, vagamente "metafísica", torna suas paisagens um pouco menos ou um pouco mais realistas. Sua pincelada é segura e harmoniosa e acaricia uma realidade que palpita e que vibra.

Pintor de paisagens, Ferracioli é antes de tudo um homem apaixonado pela natureza. Longe de qualquer tentação de ser pintor de um determinado local, de uma paisagem definida em termos de topografia descritiva regional, suas árvores, suas flores, suas casas são quase sempre a projeção de um estado de espírito, uma crônica da memória e não a vegetação de um local identificado, mesmo quando o espetáculo natural lhe serviu de modelo imediato.

Devemos notar ainda na arte deste artista as formas quase sempre presentes que se sobrepõem como uma sigla. São estruturas geométricas, sombras simbólicas sob as quais se desenvolve o seu discurso constante que responde certamente o timbre de sua personalidade.

Ao descrever a absurda e surreal contradição da era atual, Ferracioli se serve de instrumentos expressivos sempre mais afinados no processo artístico, da qual se acompanha, através do emprego de uma técnica exata e quase virtuosística, uma penetrante análise que segue e controla a formação da obra em cada intenção e finalidade.

Em "Dimensão da composição", obra doada ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, a criação de Ferracioli se torna expressão e resolução de uma verdade interior, de uma sensível elaboração dos termos de "per si" simples e domésticos que o artista soluciona sobre um plano de lírica poesia.



O artista



Ferracioli, pseudônimo artístico de Luís Carlos Ferracioli, nasceu em Mococa em 1949. Autodidata, com 35 anos de atividades no campo das artes, passou por várias fases realizando numerosas exposições individuais e coletivas tanto no Brasil como no exterior.

Entre as individuais destacam-se: Galeria LBP, Goiânia, GO (1974); Espaço Cultural AMI, Belo Horizonte, MG; Bamerindus Galeria de Arte, Porto Alegre, RS (1975); Galeria Proarte, SP, (1976); Galeria Casabranca, Curitiba, PR (1980); Academus Galeria de Arte, SP, (1981); Galeria de Arte Cades, Santos, (1983 e 1985); Gerot Galeria, SP (1983); Bric-a-Brac Galeria de Arte, SP (1988 e 1997); Cenarium Galeria, Santo André, SP (1989); Museu de Arte Quirino da Silva, Mococa, SP (1990); Museu Banespa, SP (1991); Galeria Cultural Inglesa, SP (1992); Galeria Mise-en-Scene, Campos do Jordão, SP; Espaço Cultural Goi, SP (1993); Espaço Cultural Beatriz Ferreira, Florianópolis, SC (1995); Galeria Santista d"Arte, Santos, SP (1996); Alpha Shopping, Alphaville, SP (1998); Galeria Ponto das Artes, SP (1999); Artes e Antiquário Miriam Soprana, Chapecó, SC; Hotel Intercontinental, SP (2002).

Participou ainda das seguintes exposições coletivas: Galeria D"Azzeglio, Bolonha, Itália (1973); Semana de Arte de Capivari, SP (1974); Galeria Ami, Belo Horizonte, MG (1975); Academus Galeria, SP (1980); Brasil Rádio Hotel, Serra Negra, SP (1981); Centro Cultural São Paulo; Gerot Galeria, SP; Galeria de Arte Cades, SP (1982); "50 Anos de Surrealismo", Portal Galeria, SP; André Galeria Shopping Norte, SP (1983); Centro Cultural de Tokuyama, Japão (1985); Monopólio Galeria, SP; Multiarte Galeria, São Caetano do Sul; Anima Galeria, SP (1986); Galeria Shelsea, SP (1986 e 1992); Ilha Porchat Club, São Vicente; Arte Correa, Curitiba, PR; Aleph Artes Plásticas, SP (1987); Bric-a-Brac Galeria de Arte, SP (1988, 1991, 1994, 1997 e 1998); Empório de Quadros, SP; Espaço Cultural Jockey Club, SP (1994); Abney Galery, Nova York, EUA (1996); Galeria Época, Goiânia, GO (2000), Dallas Galerias de Arte, Texas, EUA (2001); Mostra de Arte Granja Viana, SP (2002).

Foi catalogado no Dicionário Artes Plásticas Brasil, de Júlio Louzada, de 1989 a 1999. A Telefônica reproduziu suas obras em 9 cartões e a Epson reproduziu uma de suas obras nos cartuchos de tintas lançados no mundo inteiro. Possui obras em coleções particulares da Europa, Japão, Canadá, Brasil e Estados Unidos e no Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.

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